Arquivo da categoria: Obediência

DUPLA CIDADANIA

O cristão é considerado um cidadão de duas Pátrias: a terrena e a celestial (At 16:35-39; Fp 3:20). A Pátria terrena é transitória, porém importante, temos compromissos com as leis que regem nosso sistema político e social. Exercício do voto, o direito de ir e vir, liberdade religiosa são algumas leis que compõem direitos e deveres do cidadão terreno. A cidadania celestial é definitiva, e mais importante, tendo como referência a Bíblia Sagrada. O crente a adquire porque tornou-se filho de Deus por adoção a partir do momento que creu e recebeu Jesus como Senhor. Ao recebe-lo a pessoa adentra no reino de Deus e torna-se cidadão dele.

Quando houver choque entre as duas cidadanias, deve prevalecer a celestial. Porém, num País democrático, tal choque não acontece com frequência, como num sistema ditatorial. Sendo bons cidadãos influenciaremos e usaremos os meios estabelecidos pela Lei do País, para que o nosso País não venha contrariar os valores estabelecidos na Palavra de Deus. Jesus comparou o seu povo como sal e luz (Mt 5: 13-16) mostrando a diferença e salutar característica dos cidadãos celestiais na terra onde vivem. As principais características do sal é dar sabor e preservar o alimento, a da luz vencer a escuridão e trazer uma visão aclarada das coisas. Assim o povo de Deus dá sabor, preserva e ilumina a sociedade onde está inserido.

Uma passagem bíblica esclarecedora do tema é Mateus 22: 15-22 onde os fariseus e os herodianos se juntam para fazer perguntas capiciosas a Jesus para pegarem ele em alguma falha. Eles perguntam a Ele se era lícito pagar impostos a César. Jesus pede a eles para mostrar a moeda do tributo e pergunta a eles de quem era a efígie e a inscrição. Eles respondem que é de César e Jesus brilhantemente afirma – “dai pois a César o que é de César. E a Deus o que é de Deus”. Com esta resposta Jesus mostra como o cidadão celestial deve lidar com a cidadania terrena. O imposto de César, para Jesus era lícito, mas não se deve conferir a César o que é divino como faziam os romanos considerando-o como uma divindade. A Deus o que é de Deus. Não se pode idolatrar o estado e nem considerar o seu governante um deus.

Infelizmente, vemos muitas pessoas que afirmam servir a Deus não cumprir seus deveres como cidadão terreno e nem usam bem os direitos que possuem como tal. São infiéis, mentirosos, desleixados enquanto Jesus ensinou que a palavra do cristão deve ser sim ou não, ou seja, não mentir, ser verdadeiro em tudo o que falar e prometer (Mt 5:37). Paulo, por sua vez, alertou que o servo do Senhor não deve dever nada a ninguém, só o amor, porque amando cumprirá a lei (Rm 13:8). O cidadão do céu deve levar a cidadania terrena a sério e só não obedecer como cidadão quando ordenarem a desobediência a Deus (At 4:19 e 20). A obediência as autoridades é um dever do servo de Deus, pois elas são instituídas por Deus. Suas vidas precisam ser irrepreensíveis para que o nome de Cristo seja glorificado (1 Pe 2:11-25). O exemplo de Cristo deve ser seguido. Ele sofreu o agravo, mas não pecou, deixando para nós suas pisadas para que possamos fazer o mesmo. A palavra cristão traz a ideia da pessoa ser um pequeno Cristo. O termo foi diluído, mas devemos honrá-lo porque não há maior glória do que ser servo e seguidor de Cristo. O Espírito Santo confere virtude para que os servos do Deus sejam testemunhas de Jesus aonde que possam ir até mesmo pagando com a vida por amor a Jesus (At 1:8).

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).






ANDANDO POR FÉ

Deus tem seus caminhos nas tormentas e tempestades existenciais (Na 1:3). Deus fala, quebranta o coração e dá visões espirituais. Deus pode usar as circunstâncias complicadas para o nosso crescimento e aperfeiçoamento. Deus usou um redemoinho para levar Elias arrebatado ao céu (2 Rs 2:11). Sendo assim, Deus pode usar as circunstâncias adversas para nos fazer crescer espiritualmente. Sempre creia, que Deus tem o domínio até de algo que para nós é incontrolável. Deus como criador não abandonou a sua criação a própria sorte, mas é sustentador da mesma e trabalha nas vidas de suas criaturas e especificamente na vida de seus servos fazendo que as coisas contribuam para o cumprimento de Seu propósito (Rm 8:28). Tal verdade alimenta a nossa fé de tal forma que podemos avançar em meio as instabilidades das circunstâncias.

As circunstâncias muitas vezes parecem ter vida própria. A contundência delas parece ser indomável. Mas, O Senhor que tem poder para acalmar tempestades (Mt 8:23-27), tem poder de andar sobre um mar revolto (Mt 14:13-21), pode agir poderosamente cumprindo a vontade dEle independentemente da fúria e violência que a circunstância se apresente. Pedro ao ver Jesus andando sobre as águas pediu para ir até Ele andando sobre as águas também. Jesus disse para Pedro: vem. E Pedro descendo do barco, por pouco também andou sobre as águas, mas porque tirou o olhar de Jesus, teve medo e começou afundar. Jesus o socorreu e o exortou a ter mais fé. Observamos assim, que O Senhor pode fazer que nós os seus servos possamos andar sobre as circunstâncias adversas. Da nossa parte não podemos deixar de confiar na Palavra e andar de forma firme nas promessas de Jesus sobre as circunstâncias. As promessas do Senhor não falham e nenhuma delas caem por terra.

O Salmo de número 29 descreve uma grande tempestade atingindo e quebrando até mesmo os cedros do Líbano. Mas, o salmista identifica Deus falando e agindo no meio dela. Identifica O Senhor assentado e governando até mesmo no dilúvio. Por isto Ele termina o Salmo afirmando que “o Senhor dará força ao seu povo; O Senhor abençoará o seu povo com paz” (Sl 29:11). É por meio da fé que se pode andar em Cristo e por Cristo. Sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11:6). A fé é o modo de vencer o mundo cujo sistema é dominado por satanás (1 Jo 5:4).

Uma vida de fé é a forma de se manter o ânimo e a esperança num mundo caído dominado pelas concupiscências da carne, dos olhos e a soberba da vida (1 Jo 2:16-17). Quem crê, que Jesus venceu até mesmo a morte, passando pela experiência da morte física e posterior ressurreição, tem variadas razões para se ter bom ânimo e fé (Jo 16:33). Em Cristo a pessoa se torna mais do que vencedora (Rm 8:37). Muitas vezes não se entende o agir de Deus quando forças contrárias sopram seus ventos contra o servo de Deus, mas é preciso confiar que Deus tem domínio sobre tudo e que a vontade de Deus se cumprirá. Mesmo quando os discípulos experimentaram a demora de Jesus e o enfrentamento de ventos contrários, eles chegaram à terra para onde iam (Jo 6:15-21). Os planos de Deus são maiores que os nossos e o Seu Poder infinitamente superior aos nossos. Confiemos no Senhor.

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

A CELEBRAÇÃO DO NATAL

No natal é pertinente lembrar que o primeiro milagre realizado por Cristo foi em uma celebração de casamento. A presença dEle fez diferença naquela festa (Jo 2:1-12). Quando você for celebrar o natal busque a presença dEle, pois Ele traz vida a quem crê nEle. Certifique-se que haverá um momento de celebração pelo nascimento de Cristo. Louvores, orações, reflexão da Palavra e o amor fraternal são características importantes que não devem faltar. Talvez haja em sua celebração ausências sentidas por você, mas se você tem Jesus como Senhor é certo que Ele estará presente com você na celebração do natal (Mt 28:20 b). 

Milagre traduz uma palavra grega, que literalmente, significa sinal. O milagre na boda foi um sinal que apontou para Jesus e quem de fato Ele é. No natal também se comemora milagres como a encarnação de Cristo (1 Jo 1:1-4) e o seu nascimento de uma virgem (Mt 1:18-25). Eles mostram a natureza Divina de Cristo e que apesar disto decidiu viver entre nós para redimir aqueles que creem nEle. Os sinais registrados nas Escrituras segundo João foram para testificar que de fato Jesus é o Messias e para quem crer em seu nome recebesse a vida eterna e abundante de Deus (Jo 20: 30-31).

Na celebração que Jesus participou em Caná houve a escassez de um elemento que era importante numa festa, o vinho, mas porque Jesus estava presente houve a provisão. No natal que você está celebrando pode acontecer de você enfrentar dificuldades e até crises em sua realização, mas se Jesus está presente em Espírito, a maior das provisões (Jo 6:35), que é a espiritual, não faltará no seu lar. Tenha certeza também que se Ele supre com o espiritual pode também suprir com o material (Fp 4:19).

Quando Maria comunicou a Jesus que estava faltando vinho Ele respondeu que havia um tempo determinado para que Ele manifestasse seus sinais. Sobre o natalício de Cristo, Paulo fala que jesus veio na Plenitude dos tempos, ou seja, no momento exato que Deus havia determinado (Gl 4:4-7). O ambiente histórico da época como o helenismo, a cultura romana e judaica propiciou que a mensagem de Cristo atingisse todo o mundo e por todas gerações seguintes. O nascimento de Cristo aconteceu no momento exato que tinha para acontecer.

Como escrevi a presença de Jesus na boda fez toda diferença, mas algo importante a ressaltar é que Jesus deixou de ser apenas um convidado do casamento para manifestar seu senhorio. Maria orientou aos serventes que fizessem tudo o que Jesus mandasse e por isso Jesus operou o milagre. Temos que confiar na Soberania de Deus. O natal também demonstra que Deus é O Senhor da história e que Ele realiza as coisas segundo a Sua boa, perfeita e agradável vontade (Rm 12:1 e 2). O nascimento de Jesus não foi um nascimento de mais um menino, mas o momento do maior evento da humanidade que foi Deus ter tomado a forma humana.

O nascimento de Jesus é cercado de simplicidade nascendo numa estrebaria, deitado numa manjedoura entre os animais (Lc 2:6 e 7), visitado por pastores, mas o poder de Deus foi manifestado em meio a esse ambiente, como a estrela guiando os magos (Mt 2:1 e 2), o anúncio dos anjos aos pastores (Lc 2:8-20) etc. No casamento em Caná da Galileia Jesus usou seis potes de pedras e pediu que os enchessem de água e assim transformou água em vinho. As vasilhas eram usadas para a cerimônia de purificação, mas Jesus transformou a água no melhor vinho experimentado. A glória de Deus se manifestou e assim os discípulos creram nele. A mensagem que o natal mostra é que Deus habitou entre nós e em meio as coisas simples da vida Ele transforma vidas de forma semelhante a água que se transformou em vinho. Aleluia!

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

VENCENDO AS OPOSIÇÕES

Creio que seja difícil enfrentar uma situação, onde os inimigos sejam multiplicados, como Davi descreve no salmo 3, dentre os inimigos, o principal foi seu próprio filho Absalão. Entretanto, Davi afirmou que Deus era seu Escudo e que o sustentava durante o sono. Quando os problemas se multiplicarem, que a nossa confiança em Deus seja maior. Ele é o nosso General, a nossa Salvação em todas as épocas incluindo as épocas adversas que os inimigos se multiplicam.

Como no caso do salmo 3, o conflito pode ser com o da própria casa. Aquele que comia no prato contigo (Sl 41:9). Deus não é um expectador de inimizades, mas aquele que trabalha em favor dos que creem. As situações adversas são usadas por Ele para o aperfeiçoamento e preparo do crente em Jesus, para cumprir os propósitos dEle (Rm 8:28). Nada na vida do servo de Deus acontece por acaso, O Deus da providência atua cumprindo Sua vontade.

O crente em Jesus não deve estranhar o fato de ser desconsiderado, perseguido. Antes de Cristo ele pertencia ao reino das trevas. Ao se converter foi transportado para o reino do Senhor. Portanto, ele passa a ser confrontado pelo reino que deixou, mas ele recebe em Cristo a certeza da vitória sobre satanás e o sistema mundano deste mundo. É digno de destaque que Jesus inclui a perseguição por causa dEle como bem-aventurança (Mt 5:10-12). A identificação do crente com Jesus faz com que sofra com perseguição, mas isto deve ser motivo de alegria porque é pela causa de Cristo, que ele é perseguido (Jo 15:18-25). A carta de Paulo aos Filipenses foi escrito quando ele estava preso, mas apesar disto a sua ênfase e principal temática foi a alegria (Fp 4:4).

Algo digno de destaque é que as inimizades, perseguições não se resumem aos seus aspectos humanos, materiais, sociais e políticos. Enquanto há a inimizade aqui, algo acontece no mundo espiritual e por isto Paulo destacou que a nossa luta não é contra a carne e nem contra o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais (Ef 6:12). Não se deve alimentar o sentimento de antagonismo contra as pessoas, mas discernir os aspectos espirituais dos conflitos. Portanto, ore pelos seus relacionamentos e abençoe aqueles que não te querem bem.

As armas de combate do cristão são diferentes das armas que seus opositores usam. O mal não se combate com o mal, pois se assim for o crente seria derrotado. O cristão deve fazer de tudo o que é possível para ter paz. Não a alcançando, suas reações devem ser com o bem (Rm 12:17-21). Ao agir assim, o opositor poderá cair em si, pois sua consciência falará diante da reação positiva e propositiva do cristão. Ao combater com o bem estará agindo com graça, a mesma graça que recebeu de Deus na salvação de sua alma.

O amor de Deus pela humanidade revelado por Jesus (Jo 3:16; Rm 5:8) deve ser evidenciado pelo crente que recebeu de Jesus o mandamento de amar ao próximo como Deus lhe amou (Jo 15:12). Os discípulos são reconhecidos pela forma como amam (Jo 13:35). O amor é uma marca distintiva do cristão. Antigamente, igrejas davam aos seus membros uma carteirinha de identificação, os servos de Deus amando serão identificados como tais, Que não seja o temperamento explosivo, que não seja reconhecido pelas palavras duras, mas seja o amor na prática que se destaque em você. As habilidades, os dons são necessários, mas soarão desafinados se na sua vida todos os relacionamentos estão quebrados pela ausência do amor na prática. Vença pelo amor. Assim, aquele que hoje é seu adversário poderá ser transformado pelo seu exemplo.

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog)

A VERDADEIRA LIBERDADE

Ser livre é fazer tudo o que se quer? Mas quem quer? O que se quer? O ato aprisiona ou liberta? O que muitos pensam ser liberdade na verdade é libertinagem. Muitos estão escravizados aos seus desejos e por isso fazem o que fazem. Para não encararem a sua escravidão dizem que assim fazem porque são livres. Mas esta liberdade, chamada por eles, é uma verdadeira prisão porque estão presos a essas atitudes pecaminosas.
Na verdade, nesta questão só existem dois lados: ou se é escravo do pecado ou se é servo de Cristo. Não existe um meio-termo. Ou é um, ou é outro. O escravo do pecado não é livre porque é um rendido a natureza pecaminosa que o domina. Ele é um preso (Jo 8:34).Mas, ser servo de Cristo é ser livre, porque foi liberto da escravidão do pecado, e do domínio da natureza pecaminosa (Gl 5:1). Agora, ele quer a Vontade de Deus de forma voluntária, pois tem O Espírito de Deus. E como diz a Palavra: onde o Espírito está aí à liberdade (2 Co 3:17).
Um exemplo de liberdade cristã são Paulo e Silas na ocasião em que foram presos em Filipos (At 16:16-40). Apesar da prisão injusta, dos açoites imerecidos, eles a meia-noite louvaram ao Senhor cantando hinos e de repente houve um grande terremoto que quebrou todos os grilhões. O carcereiro tomado de pavor com receio que todos fugissem tentou dar cabo da própria vida e foi justamente Paulo e Silas que impediram o suicídio daquele que os aprisionava. Paulo e Silvas estavam presos, mas eram verdadeiramente livres. Tanto que pregaram o evangelho ao carcereiro que se converteu com toda sua família. Eles mesmo estando numa situação limitante mostraram que os servos de Cristo são verdadeiramente livre mesmo numa prisão.
A verdadeira liberdade vem de Deus. O homem por si só não alcança esta liberdade. Os céus são abertos para quem crê em Jesus e a pessoa passa a viver na perspectiva celeste (Jo 1:51). A dimensão da concupiscência carnal não domina mais, pois o crente é um ser espiritual, nascido de novo pelo Espírito Santo. O velho homem foi sepultado com Cristo e ressuscitou com Jesus para uma nova vida. Não significa que não pecará mais, mas que o pecado não domina mais o seu ser que foi liberto (1 Jo 5:18),
A Palavra de Deus revela acerca da vida de liberdade em Cristo. Ela é a verdade e quem a crê e pratica viverá em liberdade (Jo 17:17. Jo 8:32). A cegueira espiritual não domina mais a vida daquele que compreende as coisas espirituais. As escamas caíram, e agora a pessoa que crê adentra no conhecimento profundo das coisas espirituais. Gerações e gerações têm experimentado a libertação que a Palavra de Deus traz. O pecado parece ser uma atitude libertária, mas é uma prisão. A Palavra de Deus, sim, quando compreendida os grilhões se quebram e a vida caminha em liberdade.
Algo que também aprisiona é a concepção de que a vida liberta é uma vida que desfruta de poucos limites ou até nenhum. Para eles a liberdade não traz frustrações ou limites, por essa visão, a liberdade é associada a riqueza, prosperidade e sucesso, Mas, na prática vemos que o índice de suicídio entre pessoas ricas e abastadas é grande. Pois, pensando elas que tendo alcançado o auge perceberam que o vazio continuava. A verdadeira liberdade não necessariamente é desfrutada por ricos e pessoas de sucesso. Ela começa dentro e se exterioriza nas atitudes e pensamentos. O amor ao dinheiro e ao sucesso são também prisões e o amor a eles são as raízes de todos os males (1 Tm 6:9 e 10).
A verdadeira liberdade vem de Deus por meio de Cristo. Aquele que crê no Jesus que a Bíblia revela é libertado das cadeias interiores e passa a viver na liberdade do Espírito Santo. “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8:36).


(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

RELACIONAMENTO COM DEUS

É necessário que tenhamos um relacionamento pessoal com Deus, sejam quais forem as circunstâncias: boas ou más. A intimidade com Deus nos ajudará a vencer os desafios que as circunstâncias trazem. A vida com seus desafios e complexidades precisa ser vivenciada com sabedoria. As atitudes, reações e escolhas vão cooperar muito para que tenhamos uma vida sábia ou não.  O pedido a Deus de Moisés no Salmo 90, versículo 12, faz todo sentido nesta vida desafiadora: “Ensina-nos a contar os dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.”

Muita gente se acostuma se relacionar com Deus através de terceiros, usando a fé do outro como uma espécie de muleta. Entretanto, Deus deseja que cada um tenha um relacionamento pessoal com Ele. Deus precisa ser o Nosso Deus e não apenas o Deus do outro. A vida não é um ensaio. Ela é a vera, real. Uma atitude pode mudar toda uma trajetória. Ter Deus como guia e Senhor fará toda diferença como é a diferença entre a vida e morte (Ef 2:1-10). Sem Cristo a morte espiritual permanece. Com Cristo há vida espiritual.

A questão é que se precisa tomar uma posição em relação a vida espiritual. Aquele que busca uma neutralidade na vida está do lado oposto de Deus. Não tomar uma posição ao lado de Cristo é permanecer na morte espiritual (Jo 3:36). A separação de Deus é a realidade da humanidade. Só aqueles que creem em Cristo são aproximados de Deus por meio do Espírito Santo que convence (Jo 16:8-11) da obra expiatória de Cristo na cruz. Jesus pagou o preço com a Sua própria vida para reconciliar o homem a Cristo (2 Co 5:18-21). A Igreja dEle recebeu a mensagem da reconciliação que uma vez crida aproxima o homem de Deus.

Cada pessoa prestará conta de si mesma a Deus (Rm 14:12). Mas, aquele que alcançar a salvação deve pregar as boas-novas a outros para que tenham um relacionamento com Deus. Compartilhar a fé é a marca de que a pessoa foi transformada por Deus e passou ter um relacionamento com Ele. A ação do Espírito naquele que crê são os rios de águas vivas que fluem no interior fazendo com que a mensagem de salvação seja vivenciada e compartilhada nos relacionamentos do crente (Jo 7:37 e 38). Não se pode calar acerca do que se vê e se experimenta no relacionamento com Deus, pois importa mais obedecer a direção do Espírito do que ceder as pressões dos homens (At 5:29). É importante ressaltar que relacionar-se com Deus não tem apenas o sentido vertical, ou seja, com Ele, mas também tem o sentido horizontal, com o próximo. Quem conhece a Deus por meio de Jesus quer fazê-lo conhecido.

Outro aspecto importante é, que o relacionamento com Deus só é possível por causa dEle, pois a iniciativa de redenção foi do próprio Deus. A Graça de Deus é a causa da vida espiritual em Cristo porque nada há no homem de mérito ou ação para alcança-lo. Mas, como afirmou Billy Graham a salvação é pela Graça, mas o discipulado custa tudo. O crente como discípulo tem que viver com as prioridades acertadas e ser disciplinado em cultivar uma vida devocional com Deus. O “a sós com Deus”, que é um momento que se dedica para oração e leitura da Palavra, precisa ser cultivado. A vida precisa ser consagrada a Deus e a reserva de um tempo com Deus é essencial. Priorize um tempo adequado, verdadeiro e exclusivo para que você desfrute da intimidade com Deus e assim cresças e prossiga neste crescimento de Deus em tua vida.

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

PERDÃO : RESPONDENDO A GRAÇA DE DEUS COM GRAÇA.

Qual é a maior referência que temos de perdão? Vem do homem? Não, vem de Deus. O padrão do perdão não é humano, mas Divino. Como Deus nos perdoou em Jesus devemos perdoar. Para obtermos o perdão de Deus, Ele enviou Seu Filho Jesus. Deus, que nunca pecou, poderia ter destruído a humanidade ou a largado a própria sorte, mas pelo Seu caráter amoroso providenciou a remissão através de Jesus. Só com Deus está o perdão e por isto devemos teme-lo (Sl 130:4).

Diante da ofensa não se baseie em raciocínio e lógica humana, aja pela fé, perdoe, depois o sentimento acompanhará. Se tentares perdoar baseando no que você sente não conseguirá. Nossas emoções são inconstantes e variam de acordo com o momento. O perdão é uma questão de fé (Lc 17:1-6) na obra sacrificial de Cristo, que perdoa os que creem e se arrependem.

Por mais que a pessoa seja de índole tranquila e mansa ela por si não tem a natureza perdoadora. A natureza humana é vingativa e tende a guardar mágoa e rancor. Muitas vezes situações, que evocam a mágoa ocorrida, faz com que se reviva as situações mal resolvidas fazendo com que o ofendido lance acusações acerca da mágoa. A ausência de perdão impede que nossas orações sejam atendidas por Deus (Mt 6:14 e 15). Deus deixa de perdoar porque o suplicante não perdoa. A questão é não nos concentrarmos nas ofensas, mas no amor de Deus pelos homens que foi provado na cruz (Jo 3:16). Não é questão de merecer ou não o perdão. O perdão é por graça. Graça que foi manifestada por Cristo.

As doenças causadas pela falta de perdão é uma realidade. A amargura adoece e contamina as pessoas ligadas diretamente e até indiretamente as situações mal resolvidas (Hb 12:15). Uma família inteira, uma igreja, uma cidade, um País, um continente e até a história mundial pode sofrer consequências da falta de perdão. Na Bíblia, vemos isto acontecer. Por exemplo, as questões entre Esaú e Jacó perduraram nas nações decorrentes deles por gerações. O conflito entre Isaque e Ismael perduram até os dias de hoje. Jesus contou a parábola do credor incompassivo em Mateus 18: 23 a 35 que ilustra o efeito do não perdão. O credor devia ao Rei uma dívida impagável. O Rei misericordioso o perdoou. O credor depois encontrou alguém que lhe devia muito menos e não agiu de misericórdia com ele lançando-o na prisão. Quando o Rei soube disto, chamou o credor e o repreendeu duramente, recobrando a dívida, que lhe foi perdoada e o lançou na prisão para sofrer nas mãos dos carcereiros. Quem tem consciência do perdão Divino deve perdoar seus ofensores, que o devem muito menos que ele devia a Deus. É agir com Graça, como ele recebeu de Deus. O contrário disto é ingratidão. As orações daquele que não perdoa não serão atendidas por Deus enquanto a falta de perdão permanecer.

A graça de Deus não só se manifesta na salvação de alguém, mas também no desenvolvimento da salvação da pessoa. É preciso crescer na graça e vivenciar a graça de Deus em seus relacionamentos. Se assim não for cairá no erro do credor incompassivo. A vida de Deus não pode ser vivida usando um conta-gotas, mas sim de forma transbordante como é a Graça na vida de quem crê.

Faça uma autoavaliação sobre sua vida e encare o problema do perdão nos relacionamentos que você vivenciou. Jesus afirmou que bem-aventurados são os misericordiosos porque alcançarão misericórdia (Mt 5:7). Portanto, nada de combater o mal a ferro e fogo, mas aja com as armas do bem. Quem combate o mal com mal é derrotado pelo mesmo (Rm 12:17-21).

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

A MISSÃO DAQUELE QUE CRÊ EM JESUS

Assim que Felipe passou a seguir a Jesus procurou Natanael (Jo 1:43-51). Uma das marcas do novo nascimento é o desejo de falar a outros sobre Cristo. Natanael foi preconceituoso em relação a Jesus porque vinha de Nazaré. Felipe não desistiu de Natanael e o convidou: “Vem e vê”. Natanael foi e passou a seguir a Jesus. Você não enfrenta preconceitos quando fala de Cristo? Não enfrenta descrença? Não seja um motivo para você desistir, O Espírito é que convence. As recepções ao evangelho serão diferentes. É assim que aprendemos com a parábola do semeador (Mt 13:1-23). Nem todos crerão e nem todos frutificarão ao receberem a semente da Palavra.  É importante que tenhamos convicção de que a Palavra que pregamos é o Evangelho de Cristo. O Evangelho é poder de Deus para salvação daquele que crê (Rm 1:16). A fé vem pelo ouvir e ouvir a Palavra de Cristo (Rm 10:17).

A missão daquele que crer em Cristo é levar a Palavra de Deus que ele creu. Essa atitude é a resposta que o crente dá diante da mudança e transformação que lhe ocorreu. Levi, mas conhecido como Mateus, estava na coletoria de impostos, trabalhando, quando Jesus o chamou para lhe seguir. Levi deixou tudo e seguiu a Jesus. O interessante é que depois Mateus organizou um lauto banquete em sua casa para que Jesus participasse com seus amigos de coletoria. Quem conhece a Jesus quer fazê-lo conhecido (Lc 5:27-32). Jesus foi criticado por comer com publicanos, pecadores e respondeu aos seus críticos de uma forma magistral – “Não necessitam de médico os que estão sãos, mas sim, os que estão enfermos. Eu não vim chamar os justos, mas sim, os pecadores, ao arrependimento”.

Jesus “veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19:10). E o Seu povo tem que buscar as ovelhas desgarradas para levá-las ao aprisco do Senhor. João escrevendo no capítulo quatro do seu Evangelho descreve a transformação ocorrida numa mulher samaritana que conheceu Jesus. Jesus inicialmente pede a ela água, pois ela foi ao poço munida de um cântaro para pegar água, e assim aconteceu uma conversa em que a mulher reconheceu em Jesus o fato dele ser o Messias prometido. A primeira atitude dela foi abandonar o cântaro e sair ao encontro dos seus conterrâneos afirmando que havia conhecido o Messias e que eles deviam conhece-lo também.

Percebemos pelos exemplos citados, que a pregação do evangelho é uma resposta, daquele que crê no Evangelho de Cristo às pessoas que ainda não creram. A salvação quando acontece irradia a luz onde o convertido está. A missão de quem crê em Jesus é trabalhar para que outros creiam também. Dificuldades, preconceitos e até perseguições são consequência ocorridas num mundo hostil a Cristo, mas não quem crê não deve se acovardar e testemunhar acerca de Cristo. Como Jesus falou não se pode esconder uma cidade edificada no monte, pois de longe será visto suas luzes brilhantes (Mt 5:14). Em outra ocasião, Jesus falou que a boca fala do que está cheio o coração (Lc 6:45). A presença de Jesus na vida de alguém transborda, ilumina outros e até influencia o ambiente.

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

SENDO OBREIRO ÚTIL

O que fazemos com os que vacilam? O que fazemos com os que titubeiam? A Igreja é lugar de infalíveis? É lugar de super-heróis? Aprendamos com o filho da consolação, Barnabé, que investiu no jovem Marcos, e o resultado foi que o jovem se tornou reconhecidamente um obreiro útil (2 Tm 4:11) pelo próprio apóstolo Paulo que havia tido uma dissenção com Barnabé por causa de Marcos (At 15:36-41).


Não pensemos que na Igreja todas as coisas fluem sem tensões e dificuldades. Seus membros se desenvolvem fazendo a obra de Deus, aprendendo a crescer no conhecimento de Deus e amadurecendo nas relações uns com os outros. Marcos, de fato, é um exemplo de alguém que foi amadurecendo no processo dos relacionamentos e tornou-se útil a ponto de ter escrito o Evangelho que leva seu nome que serviu de base para os outros evangelhos sinóticos. Ele conviveu de forma muito próxima ao apóstolo Pedro e isto possibilitou um maior conhecimento da vida de Jesus escrevendo assim o evangelho.


É característica do servo de Deus ser útil, pois é vaso de honra (2 Tm 2:21). A utilidade será destaque para quem vive uma vida piedosa na fé e aliançada com a santificação. Sem dúvida, o pecado é um desvio e quem vive nEle não se apartando da iniquidade será pedra de tropeço. Aquele foi preparado por Deus para toda boa obra é conhecido pelo Senhor e apartar-se da iniquidade (2 Tm 2:19). Quem quer seguir a Jesus, nega a si mesmo e toma a sua cruz (Mt 16:24). Não é cheio de si, mas cheio do Espírito Santo. O caráter do servo de Deus precisa ser adequado a obra de Deus. Não basta ter habilidade, mas viver em santidade e assim será útil e profícuo na obra do Senhor. A adequação e conformação a vontade de Deus é obra do Espírito Santo e o crente precisa apresentar a Deus seu corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm 12:1 e 2) não se conformando ao mundo e sendo transformado pela vontade de Deus.


O obreiro útil também precisa conhecer a Palavra de Deus, manejá-la bem e a praticá-la como manual para sua vida e prática do ministério. Paulo afirmou que a Palavra é proveitosa para ensinar e preparar o homem de Deus para toda boa obra (II Tm 3:16 e 17). Ele ainda afirmou também que o obreiro precisa ser aprovado, não ter de que se envergonhar e manejar bem a Palavra da verdade (2 Tm 2:15). Jesus termina o seu célebre sermão do monte com a parábola das duas edificações. Uma edificação foi construída na areia, veio a tempestade e ela desabou. A outra edificação foi edificada na rocha, veio a tempestade e ela permaneceu de pé porque tinha um bom fundamento. Jesus falou que todo aquele que ouve a Palavra e a edifica constrói sua casa na rocha, pois assim estará preparado para as intempéries da vida. Assim é com o obreiro útil. Ao praticar a Palavra ele edifica a sua vida num bom fundamento, que resiste as dificuldades. Quem ouve e não pratica constrói na areia e por isto cai quando vem as tempestades existenciais (Mt 7:24-27).


É preciso sempre lembrar que o obreiro se torna útil à medida que ele convive com Senhor em comunhão, Servir é imprescindível, mas estar aos pés de Jesus aprendendo é essencial (Lc 10:38-42). Jesus chamou de melhor parte, porque se não houver relacionamento com Deus, aquele que é útil perde a utilidade. O sal se torna insípido (Mt 5:13). A luz é escondida (Mt 5:14-16). Sigamos a Jesus de perto e Ele nos fará pescadores de homens (Mt 4:19). O primeiro chamado do discípulo é estar com Jesus (Mc 3:13) e depois disto ele é enviado. Sem estar com Jesus, não sendo transformado, não seremos úteis. Poderemos até sermos usados porque Deus é Soberano, mas sem a nossa parte sendo feita.


(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

VIVENDO NO REINO DE DEUS

Desejar o avanço do Reino de Deus aqui na terra é desejar que a Justiça, Paz e Alegria no Espírito Santo estejam acima dos valores terrenos em nossa vida (Rm 14:17). Os interesses espirituais devem ser maiores que os terrenos. Paulo escreveu que as questões periféricas, não essenciais, não deveriam dominar a nossa vida cotidiana, a ponto de prejudicar a presença da Justiça, Paz e Alegria no Espírito Santo. É um bom termômetro espiritual para nossa vida espiritual, observar se essas características estão prevalecendo em nossa vida, ou se estamos envolvidos com questões menores que prejudicam a nossa vida espiritual e a comunidade. O capítulo 14 de Romanos trata da questão da intolerância de crentes, mais experimentados, para com aqueles que eram mais suscetíveis ao escândalo, no tocante a observância da lei como as restrições alimentares, a guarda do sábado e de outros dias especiais.

Vejamos a característica da justiça. Sem dúvida tal justiça não é a proveniente dos homens, que tem o seu papel na sociedade, mas sim, aquela que provém da justificação por Cristo recebida pela fé (Rm 1:17).  A ética cristã tem como essencial a justiça de Deus. Sem a justificação permanece a condenação eterna, que impede o acesso ao reino de Deus (Jo 3:17-21). No reino o servo de Deus não tem balança enganosa (Pv 11:1). O crente em Jesus está aliançado com O Senhor e assim a justiça se evidenciará em suas relações. Os relacionamentos são lugares onde os servos de Deus são testados para que possam praticar a justiça semeando as virtudes do reino de Deus na terra.

Vejamos agora a paz proveniente do Espírito Santo. A paz é uma das características do fruto do Espírito no crente (Gl 5:22). Ela independe das circunstâncias, mas influencia o ambiente e as pessoas que tem o contato com o crente pacificador. Jesus ressaltou que a Paz que Ele dá não é a paz que o mundo conhece, mas é sobrenatural vinda de Deus para quem crê em Jesus (Jo 13:27). O crente em Jesus deve buscar sempre a paz com todos os homens fazendo o que for possível para alcança-la (Rm 12:18). O autor de Hebreus coloca a paz juntamente com a santificação como característica daqueles que um dia verão o Senhor (Hb 12:15). Fica entendido, que a paz de Deus é aliançada com a verdade, com a justiça. O pacificador segundo Deus não transige com o pecado. Não é porque ele seja pacífico, que ele abrirá mão da santificação para ter paz, pelo contrário, a paz que ele tem será aliançada com a justiça e verdade presente na santificação.

Também algo marcante no reino de Deus é a alegria proveniente do Espírito Santo. Uma vida, que entende que o reino de Deus consiste em regras e preceitos, sem a Graça de Deus viverá uma vida legalista sem desfrutar da alegria. Paulo ressalta, que o reino de Deus tem como uma das características a alegria, que independe das circunstâncias (Hc 3:17-19). Ela é possível de ser vivenciada até em momentos adversos como a escassez. A carta aos Filipenses escrita por Paulo, quando ele estava preso deixou o imperativo: alegrai-vos no Senhor (Fp 4:4). A palavra foi dirigida a uma Igreja mostrando que uma das marcas da vida em comunidade com irmãos de fé é alegria.  

Os crentes mais experimentados precisam agir com fraternidade com aqueles que se escandalizam com mais facilidade sem os desprezarem. Paulo esclarece: “sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros” (Rm 14:19). No capítulo posterior, Paulo esclarece: “Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos. Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação” (Rm 15:1 e 2). Quando acontecer pontos divergentes em coisas não essenciais lembremos que a justiça, paz e alegria no Espírito devem prevalecer.

(O artigo foi escrito pelo Pr. Eber Jamil, dono do blog).