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O CARNAVAL E OS VALORES CRISTÃOS.

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A prática do carnaval fere os princípios da fé cristã. Muitos cristãos acham que o carnaval é exequível a sua fé, mas o que há é uma grande incompatibilidade. O que pouca gente sabe é que esta folia pagã tem o seu calendário definido em consequência de um sistema de cálculo elaborado pela Igreja católica.

Por essa metodologia, a igreja, primeiro, define uma de suas datas mais importantes, o domingo de Páscoa, quando comemora a ressurreição de Jesus Cristo. A partir daí, chega-se ao domingo de carnaval com uma fórmula simples: contam-se retroativamente sete domingos. O Carnaval é uma festa que é marcada pelo “adeus à carne” pois a partir dela se inicia o período da Quaresma na quarta-feira de cinzas.

Mesmo com essa relação cronológica, os valores exaltados no carnaval não têm nada com os princípios que norteiam a vida cristã. Aqueles que nasceram de novo não são mais dominados pelas concupiscências da carne. Diferentemente daqueles que não se converteram, que são rendidos as paixões e por ela dominados, o crente em Jesus tendo uma nova natureza enfrenta uma luta entre o espírito e as concupiscências da carne. Luta que não havia antes da conversão, pois a pessoa estava sob o domínio do pecado. A luta da carne é que a vontade do Espírito, que é fazer a Vontade de Deus, não se realize.

No carnaval os frutos da carne são cultivados e celebrados. Frutos de ordem sexual promíscua, impuros e lascivos. Frutos de ordem religiosa deturpadas como a idolatria e a feitiçaria. Frutos de ordem relacional como a inimizade, porfia, ciúme, discórdia, dissensão, partidos e invejas que só causam desagregação dos valores cristãos.

Paulo escrevendo aos Galátas afirmou que aqueles que vivem nas práticas dos frutos da carne não herdarão o reino de Deus. Não passaram pela experiência do novo nascimento sendo o comum por parte deles a prática dos frutos da carne.

Os que creem em Cristo não podem unir seus princípios aos frutos da carne da festa do carnaval. As qualidades produzidas pelo Espírito estão presentes naqueles que andam e dependem do Espírito Santo. O fruto do espírito afeta a vida com Deus, pessoal e relacional e como está escrito na Palavra: contra estas coisas não há lei. Pois, o fruto do Espírito não contende contra a Vontade de Deus, pelo contrário, é a manifestação do caráter de Cristo e da Vontade de Deus na vida do crente.

Os valores do carnaval fazem oposição aos valores de uma vida com O Espírito do Senhor. Andar em Espírito é tomar cada decisão na dependência do Espírito Santo a fim de não ceder as inclinações da carne e agradar a Deus. A carne não nos domina mais, mas pressiona-nos lutando contra o Espírito Santo que habita em nós. Andemos em Espírito e não cumpriremos as concupiscências da carne. Nesta luta que se trava entre a carne e o Espírito os que estão em Cristo são aqueles que pelo sacrifício de Jesus venceram o senhorio do pecado e de satanás e agora vivem para a Glória de Deus.

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

AGOSTINHO E O CARNAVAL.

 

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Quando penso em carnaval lembro-me de Agostinho. Não porque ele fosse um folião, mas porque Agostinho era alguém que lutava com suas concupiscências, principalmente as relativas a sexualidade.

Agostinho enfrentava intensa batalha no começo da vida adulta com relação à imoralidade e ao orgulho. Por muitos anos, ele manteve uma concubina, a qual lhe deu um filho ilegítimo. Pelo fato de nenhum dos sistemas filosóficos experimentados ter feito exigências quanto a sua moralidade pessoal, Agostinho acreditava que seu estilo de vida imoral era justificável. Sua paixão pela fama pessoal no mundo acadêmico também o consumia.

Buscando fama e fortuna, Agostinho viajou para Roma e Milão, na esperança de ensinar sua amada retórica. Ali ele se encontrou com Ambrósio, bispo de Milão. O brilhantismo de Ambrósio impressionou Agostinho, pois Ambrósio mostrou-lhe que suas objeções ao cristianismo eram rasas e equivocadas.

A conversão de Agostinho aconteceu em 386, porém, não apenas por meio da argumentação intelectual, mas por meio de um encontro emocional com Deus. Agostinho sentou-se certo dia num jardim, fora de Milão, para ponderar sobre as questões filosóficas com as quais tinha dificuldades. Como diz em suas Confissões, ele ouviu a voz de uma criança dizer: “Pegue e leia”. Agostinho tomou nas mãos a carta de Paulo aos Romanos (especialmente 13.13-14) e ali encontrou as respostas para suas perguntas. “Todas as sombras da dúvida desapareceram”, escreveu (Confissões, 8.18). As palavras foram:

Andemos honestamente, como de dia, não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências.

Estas palavras deveriam ecoar também para os foliões, que são dominados por suas concupiscências. Ao invés de dar vazão a carne,  deve-se escolher ser revestido de Cristo. Na Palavra de Deus, Agostinho encontrou a verdade na pessoa de Jesus Cristo. Ele também encontrou poder para romper a ligação que tinha com a licenciosidade e vida que nenhuma moda intelectual passageira da época pode prover. Ele experimentou o poder da graça de Deus que definiria o restante de sua vida.

Agostinho mudou radicalmente, rompendo todos os laços com seu passado imoral. Depois de ter sido batizado por Ambrósio em 387, voltou para o norte da África onde se dedicou à vida de estudo e devoção à igreja de Cristo. Agostinho tornou-se sacerdote em 391 e, em 395, foi nomeado bispo de Hipona, uma cidade a oeste de Cartago. Seu enorme poder e influência foram sentidos por muitos anos em função de seu bispado, especialmente por meio de sua extensa obras escrita.

Numa era em que modas intelectuais e estilos de vida promíscuos continuam a escravizar as pessoas, a vida de Agostinho permanece um exemplo tocante. Ele demonstrou que apenas a graça divina pode romper as cadeias do pecado, pois somente Jesus responde às perguntas tormentosas da vida. Quando encontrou a chave para a vida, Agostinho colocou-se como um modelo de erudição e brilhantismo explicado apenas pelo poder da graça de Deus.

(O artigo escrito é do Pr Eber Jamil, dono do blog, inspirado em alguns textos históricos).

RETIRO OU EVANGELIZAÇÃO ?

        Na minha juventude, costumava no período chamado de carnaval organizar retiros espirituais. Anos se passaram e neste período tenho participado de uma evangelização de impacto nas cercanias do sambódromo. A evangelização é realizada pela JOCUM na Avenida Presidente Vargas em frente à estátua de Zumbi.

         Eu sei que no nosso meio evangélico muitos perguntam o que fazer no carnaval: evangelização ou retiro? Pessoalmente creio que as duas ações são pertinentes. Em alguns momentos, o melhor é retirar e em outros ir ao front do inimigo e evangelizar.

         Na evangelização encontramos pessoas de tudo que é jeito. Até mesmo encontramos pastores afastados do evangelho que ficam rodeando o sambódromo para “passar” o tempo, e lá encontram o povo de Deus infiltrado e evangelizando, e se arrependem do famigerado passeio.

         Seja qual for a opção escolhida: glorifique a Deus com sua escolha. Muitos criticam os retiros como se fosse uma escolha comodista e alienante. Porém o retiro bem organizado é muito edificante e promove um avivamento no retirante. Sendo a escolha o retiro ou a evangelização, não  se deve ter “orgulho espiritual” e desprezo pelo o outro. Pois o orgulho por uma escolha espiritual não é espiritual, mas carnal.

         Para você visitante do meu blog deixarei uma foto de um dos retiros que eu organizei há mais de dez anos no Sítio do Sossego no estado do Rio de Janeiro. Na foto eu sou aquele que está de relógio.

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