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DUPLA CIDADANIA

O cristão é considerado um cidadão de duas Pátrias: a terrena e a celestial (At 16:35-39; Fp 3:20). A Pátria terrena é transitória, porém importante, temos compromissos com as leis que regem nosso sistema político e social. Exercício do voto, o direito de ir e vir, liberdade religiosa são algumas leis que compõem direitos e deveres do cidadão terreno. A cidadania celestial é definitiva, e mais importante, tendo como referência a Bíblia Sagrada. O crente a adquire porque tornou-se filho de Deus por adoção a partir do momento que creu e recebeu Jesus como Senhor. Ao recebe-lo a pessoa adentra no reino de Deus e torna-se cidadão dele.

Quando houver choque entre as duas cidadanias, deve prevalecer a celestial. Porém, num País democrático, tal choque não acontece com frequência, como num sistema ditatorial. Sendo bons cidadãos influenciaremos e usaremos os meios estabelecidos pela Lei do País, para que o nosso País não venha contrariar os valores estabelecidos na Palavra de Deus. Jesus comparou o seu povo como sal e luz (Mt 5: 13-16) mostrando a diferença e salutar característica dos cidadãos celestiais na terra onde vivem. As principais características do sal é dar sabor e preservar o alimento, a da luz vencer a escuridão e trazer uma visão aclarada das coisas. Assim o povo de Deus dá sabor, preserva e ilumina a sociedade onde está inserido.

Uma passagem bíblica esclarecedora do tema é Mateus 22: 15-22 onde os fariseus e os herodianos se juntam para fazer perguntas capiciosas a Jesus para pegarem ele em alguma falha. Eles perguntam a Ele se era lícito pagar impostos a César. Jesus pede a eles para mostrar a moeda do tributo e pergunta a eles de quem era a efígie e a inscrição. Eles respondem que é de César e Jesus brilhantemente afirma – “dai pois a César o que é de César. E a Deus o que é de Deus”. Com esta resposta Jesus mostra como o cidadão celestial deve lidar com a cidadania terrena. O imposto de César, para Jesus era lícito, mas não se deve conferir a César o que é divino como faziam os romanos considerando-o como uma divindade. A Deus o que é de Deus. Não se pode idolatrar o estado e nem considerar o seu governante um deus.

Infelizmente, vemos muitas pessoas que afirmam servir a Deus não cumprir seus deveres como cidadão terreno e nem usam bem os direitos que possuem como tal. São infiéis, mentirosos, desleixados enquanto Jesus ensinou que a palavra do cristão deve ser sim ou não, ou seja, não mentir, ser verdadeiro em tudo o que falar e prometer (Mt 5:37). Paulo, por sua vez, alertou que o servo do Senhor não deve dever nada a ninguém, só o amor, porque amando cumprirá a lei (Rm 13:8). O cidadão do céu deve levar a cidadania terrena a sério e só não obedecer como cidadão quando ordenarem a desobediência a Deus (At 4:19 e 20). A obediência as autoridades é um dever do servo de Deus, pois elas são instituídas por Deus. Suas vidas precisam ser irrepreensíveis para que o nome de Cristo seja glorificado (1 Pe 2:11-25). O exemplo de Cristo deve ser seguido. Ele sofreu o agravo, mas não pecou, deixando para nós suas pisadas para que possamos fazer o mesmo. A palavra cristão traz a ideia da pessoa ser um pequeno Cristo. O termo foi diluído, mas devemos honrá-lo porque não há maior glória do que ser servo e seguidor de Cristo. O Espírito Santo confere virtude para que os servos do Deus sejam testemunhas de Jesus aonde que possam ir até mesmo pagando com a vida por amor a Jesus (At 1:8).

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).






DEIXANDO O PAPEL DE VÍTIMA

Num olhar superficial você poderia pensar que é vítima das circunstâncias, mas não é o seu olhar, o parâmetro da verdade, tudo é visto pelos olhos de Deus e a verdade está com Ele. Se você está em Cristo, sempre tem que crer que há um propósito, um sentido nas circunstâncias e situações que lhe acontecem (Rm 8:28). Nada está fora do controle de Deus. Ele é soberano. A vida não é uma equação matemática. A lógica e mente humana não solucionam as histórias com seus acontecimentos. É preciso confiar em Deus e se agarrar pela fé nEle (Sl 37:5). A fidelidade dEle tem sido provada de geração em geração (Sl 90:1).


A história bíblica é cheia de exemplos da Providência Divina e como servos de Deus não cremos no “acaso” e nem na “solidão existencial”. Deus está conosco e cuida de nós (Sl 46:1). Como disse Paulo: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8:31). Deus faz tudo cooperar para o nosso bem e para Seu propósito em nossas vidas. Dê passos, vá em frente se for esta orientação de Deus, pois Ele dará o chão. Muitos já correram a carreira cristã. Estamos cercados por uma grande nuvem de testemunhas (Hb 12:1-3). Não deixe o desânimo te envolver. Olhe para o alvo que é Cristo e complete a carreira.


Aceitar o papel de vítima e não fazer nada para mudar é conformar-se com um fatalismo incrédulo. Não considerando a ação de Deus. Quem serve a Ele, mesmo vivendo um luto, deve viver um dia de cada vez, crendo que Deus proverá acerca do amanhã. Para andar com Deus é preciso fé, sem ela é impossível agradá-lo (Hb 11:6). Quem anda com fé ganha convicção das coisas que não se veem e convicção daquilo que espera em Deus (Hb 11:1). Percorre a vida com firmeza confiando nas promessas de Deus as quais se cumprem.
Aceitar o papel de vítima também é geralmente sempre culpar o outro não discernindo seus próprios erros no ocorrido. Quem faz assim alimenta a mágoa, o rancor e a tristeza. Pisa como que num terreno pantanoso onde se afunda submergindo na amargura, que acaba contaminando seus relacionamentos (Hb 12:15). A questão é que mesmo que você tenha sofrido pela ação do outro não pode deixar isto de dominar. Muitos ficam presos ao passado deixando de viver o hoje e ficam sem perspectiva de futuro. Atravesse o luto sem parar nele. Vença a depressão, a decepção, tendo convicção da soberania de Deus e perdoe aquele que lhe causou um grande mal. Mesmo que você não tenha provocado a situação pondere suas veredas, considerando seus erros, porque todos tem pecados e avance para um futuro mais amadurecido.


Descentralize a decepção da tuia vida. Não foque naquilo te fizeram. Quem semeia o mal colherá o mal. A questão é você confiar na soberania de Deus. Os planos de Deus caminham por lugares e acontecimentos que muitas vezes não compreendemos, mas o fato é que a soberania dEle está em execução. Saía do papel de vítima e atravesse o vale da decepção construindo com coragem um futuro mais alvissareiro para você. Os que semeiam em lágrimas colherão os frutos com alegria (Sl 126:5). Você que crê em Jesus, nunca esteve sozinho. Deus tem trabalhado em você o caráter de Cristo. A cada dia você se torna mais parecido com Ele. O trabalho de Deus em você te leva a ser mais frutífero. Você tem pelo Espirito Santo o fruto dEle em tua vida está sendo desenvolvido (Gl 5:22). Você é filho de Deus nas mãos do Pai.


(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

AS BOAS OBRAS DE DEUS

Muitas pessoas foram trazidas a Jesus e voltavam de outro jeito. Jesus superava as expectativas. Certa ocasião em que Jesus curou um surdo e gago a multidão exclamou: Tudo Ele faz bem (Mc 7:31-37). A nossa confiança deve estar nisto: Tudo que Jesus faz, faz bem feito, faz o melhor. Os pensamentos do Senhor superam nossos pensamentos (Ef 3:20 e 21) e por isto devemos crer que ele sempre faz tudo cooperar para o bem (Rm 8:28). A vontade de Deus é boa, perfeita e agradável (Rm 12:2).

A nossa visão imediatista não enxerga além do fato ocorrido. Nossas percepções focalizam o momento e não o quadro geral. É preciso não sentenciar e não fazer afirmações peremptórias, pois o que é hoje, pode não ser mais amanhã. Confiar no trabalho de Deus e na Soberania dEle é a melhor resposta para o aqui e agora. O que não entendemos neste momento, entenderemos mais tarde (Jo 13:7). José quando sonhou era ainda jovem, mas sofreu muitos reveses na vida, que pareceram o seu fim, mas não foi. Ao chegar à maturidade a promessa de Deus se cumpriu e ele se tornou governador do Egito.

É preciso ter uma mentalidade bíblica da vida. A visão de Deus acerca de tudo está nela. Está transformação de entendimento é o que se chama de santificação, que é um processo onde a salvação que ocorreu por meio de Cristo se desenvolve em todas as áreas do convertido. O crente em Jesus não vive do que vê, mas do que não vê (2 Co 5:7), que é a fé em Jesus. Na obra do Pequeno Príncipe tem uma frase que afirma, que o essencial é invisível aos olhos, e de fato é assim. Mas, isto não significa que o crente fique às escuras, pelo contrário, ele pela fé enxerga o espiritual e caminha para o alvo, que é Cristo.

Ao afirmar, que Deus faz tudo bem feito, precisamos lembrar que as obras de Deus demonstram quem Ele é. Ele faz tudo bem porque é perfeito, suas obras são boas, porque Ele é bom (Tg 1:17). Ele faz maravilhas, porque é Maravilhoso (Is 9:6). Como diz um cântico: “não há Deus maior, não há Deus melhor”. Nem sempre o maior é o melhor, mas com Deus não é assim. Ele é o maior e é o melhor. Não há ninguém semelhante a Ele. Podemos nos agarrar ao caráter de Deus, que é imutável. Em salmos muitas vezes Deus é comparado a uma rocha, devido a Sua Imutabilidade e Eternidade.

As boas obras de Deus na vida dos Seus servos têm o propósito de tornar o crente mais e mais parecido com Jesus. Este é o supremo propósito de Deus. Todo o Seu trabalho coopera para que Sua boa vontade se cumpra. Então, mesmo quando não parecer, o propósito está em execução. Nada, é por acaso. Não existe para o crente sorte ou azar, mas sim a Providência Divina em ação. Quando pedirmos bênçãos a Deus peçamos para que o Pai seja glorificado no Filho, pois quando parecermos mais semelhantes a Cristo, Ele será glorificado em nós (Jo 13;13 e 14).

A paz advirá da certeza que Deus faz tudo bem. A convicção da Soberania de um Deus bom trará a certeza que tudo que virá dEle será bom. Nem sempre as circunstâncias demonstram isso, mas que a convicção seja maior do que a dúvida. Que a fé na Palavra de Deus suplante as circunstâncias e assim a paz de Deus guardará os pensamentos e os sentimentos do crente (Fp 4: 7). Aquele que dúvida é semelhante as ondas que são levadas pelos ventos, mas o que crer ficará firme agarrando-se as promessas do Deus, que faz tudo bem (Tg 1:6 e 7). Como é bom viver nas mãos de Deus cuja paz independe das circunstâncias. A segurança que advém dEle é real e exequível na vida de quem crê porque ela é miraculosa.

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

RELACIONAMENTO COM DEUS

É necessário que tenhamos um relacionamento pessoal com Deus, sejam quais forem as circunstâncias: boas ou más. A intimidade com Deus nos ajudará a vencer os desafios que as circunstâncias trazem. A vida com seus desafios e complexidades precisa ser vivenciada com sabedoria. As atitudes, reações e escolhas vão cooperar muito para que tenhamos uma vida sábia ou não.  O pedido a Deus de Moisés no Salmo 90, versículo 12, faz todo sentido nesta vida desafiadora: “Ensina-nos a contar os dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.”

Muita gente se acostuma se relacionar com Deus através de terceiros, usando a fé do outro como uma espécie de muleta. Entretanto, Deus deseja que cada um tenha um relacionamento pessoal com Ele. Deus precisa ser o Nosso Deus e não apenas o Deus do outro. A vida não é um ensaio. Ela é a vera, real. Uma atitude pode mudar toda uma trajetória. Ter Deus como guia e Senhor fará toda diferença como é a diferença entre a vida e morte (Ef 2:1-10). Sem Cristo a morte espiritual permanece. Com Cristo há vida espiritual.

A questão é que se precisa tomar uma posição em relação a vida espiritual. Aquele que busca uma neutralidade na vida está do lado oposto de Deus. Não tomar uma posição ao lado de Cristo é permanecer na morte espiritual (Jo 3:36). A separação de Deus é a realidade da humanidade. Só aqueles que creem em Cristo são aproximados de Deus por meio do Espírito Santo que convence (Jo 16:8-11) da obra expiatória de Cristo na cruz. Jesus pagou o preço com a Sua própria vida para reconciliar o homem a Cristo (2 Co 5:18-21). A Igreja dEle recebeu a mensagem da reconciliação que uma vez crida aproxima o homem de Deus.

Cada pessoa prestará conta de si mesma a Deus (Rm 14:12). Mas, aquele que alcançar a salvação deve pregar as boas-novas a outros para que tenham um relacionamento com Deus. Compartilhar a fé é a marca de que a pessoa foi transformada por Deus e passou ter um relacionamento com Ele. A ação do Espírito naquele que crê são os rios de águas vivas que fluem no interior fazendo com que a mensagem de salvação seja vivenciada e compartilhada nos relacionamentos do crente (Jo 7:37 e 38). Não se pode calar acerca do que se vê e se experimenta no relacionamento com Deus, pois importa mais obedecer a direção do Espírito do que ceder as pressões dos homens (At 5:29). É importante ressaltar que relacionar-se com Deus não tem apenas o sentido vertical, ou seja, com Ele, mas também tem o sentido horizontal, com o próximo. Quem conhece a Deus por meio de Jesus quer fazê-lo conhecido.

Outro aspecto importante é, que o relacionamento com Deus só é possível por causa dEle, pois a iniciativa de redenção foi do próprio Deus. A Graça de Deus é a causa da vida espiritual em Cristo porque nada há no homem de mérito ou ação para alcança-lo. Mas, como afirmou Billy Graham a salvação é pela Graça, mas o discipulado custa tudo. O crente como discípulo tem que viver com as prioridades acertadas e ser disciplinado em cultivar uma vida devocional com Deus. O “a sós com Deus”, que é um momento que se dedica para oração e leitura da Palavra, precisa ser cultivado. A vida precisa ser consagrada a Deus e a reserva de um tempo com Deus é essencial. Priorize um tempo adequado, verdadeiro e exclusivo para que você desfrute da intimidade com Deus e assim cresças e prossiga neste crescimento de Deus em tua vida.

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

SENDO OBREIRO ÚTIL

O que fazemos com os que vacilam? O que fazemos com os que titubeiam? A Igreja é lugar de infalíveis? É lugar de super-heróis? Aprendamos com o filho da consolação, Barnabé, que investiu no jovem Marcos, e o resultado foi que o jovem se tornou reconhecidamente um obreiro útil (2 Tm 4:11) pelo próprio apóstolo Paulo que havia tido uma dissenção com Barnabé por causa de Marcos (At 15:36-41).


Não pensemos que na Igreja todas as coisas fluem sem tensões e dificuldades. Seus membros se desenvolvem fazendo a obra de Deus, aprendendo a crescer no conhecimento de Deus e amadurecendo nas relações uns com os outros. Marcos, de fato, é um exemplo de alguém que foi amadurecendo no processo dos relacionamentos e tornou-se útil a ponto de ter escrito o Evangelho que leva seu nome que serviu de base para os outros evangelhos sinóticos. Ele conviveu de forma muito próxima ao apóstolo Pedro e isto possibilitou um maior conhecimento da vida de Jesus escrevendo assim o evangelho.


É característica do servo de Deus ser útil, pois é vaso de honra (2 Tm 2:21). A utilidade será destaque para quem vive uma vida piedosa na fé e aliançada com a santificação. Sem dúvida, o pecado é um desvio e quem vive nEle não se apartando da iniquidade será pedra de tropeço. Aquele foi preparado por Deus para toda boa obra é conhecido pelo Senhor e apartar-se da iniquidade (2 Tm 2:19). Quem quer seguir a Jesus, nega a si mesmo e toma a sua cruz (Mt 16:24). Não é cheio de si, mas cheio do Espírito Santo. O caráter do servo de Deus precisa ser adequado a obra de Deus. Não basta ter habilidade, mas viver em santidade e assim será útil e profícuo na obra do Senhor. A adequação e conformação a vontade de Deus é obra do Espírito Santo e o crente precisa apresentar a Deus seu corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm 12:1 e 2) não se conformando ao mundo e sendo transformado pela vontade de Deus.


O obreiro útil também precisa conhecer a Palavra de Deus, manejá-la bem e a praticá-la como manual para sua vida e prática do ministério. Paulo afirmou que a Palavra é proveitosa para ensinar e preparar o homem de Deus para toda boa obra (II Tm 3:16 e 17). Ele ainda afirmou também que o obreiro precisa ser aprovado, não ter de que se envergonhar e manejar bem a Palavra da verdade (2 Tm 2:15). Jesus termina o seu célebre sermão do monte com a parábola das duas edificações. Uma edificação foi construída na areia, veio a tempestade e ela desabou. A outra edificação foi edificada na rocha, veio a tempestade e ela permaneceu de pé porque tinha um bom fundamento. Jesus falou que todo aquele que ouve a Palavra e a edifica constrói sua casa na rocha, pois assim estará preparado para as intempéries da vida. Assim é com o obreiro útil. Ao praticar a Palavra ele edifica a sua vida num bom fundamento, que resiste as dificuldades. Quem ouve e não pratica constrói na areia e por isto cai quando vem as tempestades existenciais (Mt 7:24-27).


É preciso sempre lembrar que o obreiro se torna útil à medida que ele convive com Senhor em comunhão, Servir é imprescindível, mas estar aos pés de Jesus aprendendo é essencial (Lc 10:38-42). Jesus chamou de melhor parte, porque se não houver relacionamento com Deus, aquele que é útil perde a utilidade. O sal se torna insípido (Mt 5:13). A luz é escondida (Mt 5:14-16). Sigamos a Jesus de perto e Ele nos fará pescadores de homens (Mt 4:19). O primeiro chamado do discípulo é estar com Jesus (Mc 3:13) e depois disto ele é enviado. Sem estar com Jesus, não sendo transformado, não seremos úteis. Poderemos até sermos usados porque Deus é Soberano, mas sem a nossa parte sendo feita.


(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

RECONHECENDO A MORDOMIA CRISTÃ

Deus nos deu tudo. Deu vida, deu família, deu talentos, deu tempo, deu bens. Tiago escreveu que “toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em que não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1:17). Certamente há muito esforço e luta da nossa parte para ganharmos o sustento, mas “se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam…” (Sl 127:1). Somos mordomos, administradores, das dádivas divinas. Temos que ser gratos, consagrarmos toda a vida que temos com tudo que nela contém para Deus e multiplicarmos os dons e talentos. Um dia todos servos de Deus estarão no tribunal de Cristo onde suas obras serão postas a prova para recebimento dos galardões ou não (2 Co 5:10).
A nossa vida precisa estar no altar. Não parte dela, mas ela em sua totalidade. Paulo em Romanos 12: 1 roga pela compaixão de Deus para que o servo de Deus apresente o seu corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, e afirmou isto ser um culto racional. Jesus rebateu a satanás, que o tentava, afirmando que somente Deus deve ser adorado e só a Ele prestemos culto (Mt 4:10). Ele espera que reconheçamos que Tudo veio dEle Ele espera que nos consagremos como mordomos e sejamos achados fiéis (1 Co 4:1 e 2). O inimigo pressiona a que todos amem o mundo e a sua concupiscência, mas somente aquele que faz a vontade de Deus permanecerá para sempre (1 Jo 2:15-17). Não sejamos daqueles que retrocedem para destruição, mas daqueles que creem para a conservação da alma (Hb 10:39).
A perspectiva acerca da vida muda quando nos reconhecemos como mordomos de Deus. A visão do sagrado se expande a tudo o que temos, o que fazemos, torna-se tudo consagrado ao Senhor. “Porque dEle e por Ele e para Ele são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém” (Rm 11:36). Não deve haver no servo de Deus uma área da vida neutra, onde não haja consagração ao Senhor. Tudo ao Senhor, nada a menos do que isto.
A santificação também acontece em decorrência da perspectiva da mordomia. O pecado é ato de rebeldia onde o pecador prefere viver ao seu modo do que o modo de Deus. Ao entender que tudo pertence a Deus, o crente cuida e multiplica com o entendimento das bênçãos que recebeu do Senhor. Além disso, o crente fiel sabe que vira o dia de se encontrar com O Senhor e ele não deseja ser achado em falta. “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo. E todo vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5:23).
A vida de quem reconhece a mordomia cristã entende que a vida com Cristo tem propósitos e que o desenvolvimento dela se torna um aferidor da qualidade ou não da vida cristã vivenciada. Ao perceber, que na vida há dons, que precisam ser mais trabalhados, o cristão buscará mais e dependerá mais do Senhor para que eles sejam desenvolvidos e multiplicados. “Por que Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2:13).
Mesmo o crente tendo a segurança da salvação ele terá amor e temor como motivações no exercício da mordomia. O amor, poque sem ele obra nenhuma tem valor, até as mais radicais, sem amor nada valerá (1 Co 13:1-3). O temor seria o respeito e reverência com que se lida com dádivas dadas por Deus. Paulo chama isto de zelo (1 Co 14:1). Não é medo, mas reverência grata ao Senhor por tantos benefícios. A Graça de Deus atua na vida do crente de ponta a ponta, cabe ele com zelo desenvolver as dádivas porque O Espírito Santo que é zeloso não deseja no servo uma ambiguidade entre Deus e o mundo. Tudo que temos e somos vem de Deus e para Ele deve ser dedicado.


(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

A NECESSIDADE DO DISCIPULADO

Jesus não teve uma visão imediatista no estabelecimento do Seu ministério. Ele tinha o objetivo de preparar homens que depois as multidões seguissem e assim dedicou mais tempo aos discípulos do que as multidões. Seja qual for o seu ministério não tenha apenas uma visão do aqui e agora. Pense também no prosseguimento depois de você. Por isto a ordem de Jesus é fazer discípulos, que façam outros discípulos, pois a obra precisa prosseguir, e não parar em você (Mt 28:18-20). O princípio da multiplicação dos que creem em Jesus é alcançado através do discipulado. Tal propósito foi dado por Cristo e delegado a todos seguidores dEle até que venha o fim (Mt 24:14). Os apóstolos também fizeram discípulos (II Tm 2:2) e deve ser assim para todas as gerações que seguem a Jesus.

A questão é tão séria que O Senhor deixou este propósito estabelecido para Sua Igreja. Não o fazer é errar o alvo estabelecido por Ele. Tal propósito não caduca e não pode ser substituído por um ativismo desenfreado cujo o fim é si mesmo. A grande comissão de Mateus 28 não pode se tornar uma grande omissão. Em todo o planejamento que a Igreja estipula é preciso ter o discipulado como prioridade.

Uma questão importante é que o princípio do discipulado não deve ser restringido aos de fora, mas o de dentro também, ou seja os filhos, netos, sobrinhos etc devem receber a nossa influência discipuladora. A criança que é educada na admoestação do Senhor carregará essas sementes uma boa parte de suas vidas, que farão diferença na vida adulta (Pv 22:6). Quantos trabalham com afinco com os de fora, mas deixam suas famílias como um campo ainda não alcançado pelo evangelho. Certamente na prestação de contas diante do Senhor a forma como lidamos com os nossos familiares será cobrada por Deus.

Enquanto a faixa etária o discipulado deve incluir a todas podendo ter um trabalho específico com alguma faixa, mas que outros membros da igreja local trabalhem com outras faixas etárias. Trabalhos com crianças, adolescentes, jovens, adultos, homens, mulheres, terceira idade etc. devem ser feitos. Não há limite de idade para se formar um discípulo. Há trabalhos até com crianças do berçário que são muitos frutíferos. Na Igreja do Senhor as gerações se unem e cooperam umas com as outras.

Algo importante é destacar que os discípulos são ensinados e educados a se tornarem discípulos do Senhor. É natural que o discípulo tenha uma gratidão ao seu discipulador, mas ninguém deve discipular um discípulo de Cristo para si. O discipulado ocorre quando um discípulo do Senhor mais maduro discipula outros discípulo do Senhor que está iniciando a jornada de fé. Infelizmente há muitos abusos que pessoas chamam de discipulado, mas não é. Manipulações, explorações e outras atitudes são praticadas por certos discipuladores. Algumas seitas usam também o princípio do discipulado para divulgar suas crenças. É importante que o ministério de discipulado seja levado a sério com muita oração, humidade, sabedoria e amor porque na babel deste mundo secular a orientação na Palavra é fundamental para que haja o nascimento espiritual, a integração, o acompanhamento e a multiplicação de discípulos de Cristo.

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

OS NOSSOS RECURSOS NAS MÃOS DE DEUS

Normalmente quando alguém é chamado por Deus para a realização de uma obra o chamado olha para si e enxerga impossibilidades. O sentimento de inadequação se manifesta. Foi assim com vários servos do Senhor na Bíblia. A questão é que quando Deus chama, Ele capacita e potencializa os recursos que o chamado tem. A experiência de Moisés ilustra bem isto (Êxodo 3 e 4).


Deus chamou Moisés para uma grande obra falando-o em meio a uma chama que ardia numa sarça, que não se consumia. Moisés apresentou a Deus suas limitações para aceitar o chamado dando cinco tipos de desculpas diferentes. Em uma das respostas, Deus perguntou para Moisés o que ele tinha na mão. Ele respondeu: um bordão, que ele usava para cuidar do rebanho do seu sogro. O bordão deixou de ser um pedaço de madeira para tornar-se um grande instrumento nas mãos de Deus. Deus se utiliza e potencializa o que temos e o que somos para realizar a Sua Obra. Quando o chamado vê impossibilidades em si, Deus pega o que o chamado tem e usa para a Sua Glória.


Os exemplos se multiplicam. A viúva pobre, por exemplo, com parcos recursos foi usada como referência por Jesus como ofertante (Lc 21:1-4 e Mc 12:42-44). Davi ficou desajeitado com a armadura de Saul, lutou contra Golias usando parcos recursos como a funda, o cajado e cinco pedras e pelo poder de Deus venceu (I Sm 17:40). Lucas, médico, utilizando a habilidade com a escrita foi usado por Deus para escrever verdadeiros tratados históricos como Lucas e Atos (Lc 1;1-4 e At 1:1-3). Dorcas, que com sua agulha, abençoou muitas vidas carentes com variadas roupas (At 9:36-42). O menino que só tinha cincos pães e dois peixes viu seus recursos multiplicarem e alimentarem cerca de quine mil pessoas (Jo 6:5-13).


Deus, sendo Todo-poderoso, além de potencializar os recursos também acrescenta outros de forma natural e sobrenatural. Elias, sendo homem sujeito às mesmas paixões que nós, orou e parou de chover, anos depois orou novamente e voltou a chover (1 Rs 17:1; 18:1, 42-45 e Tg 5:17, 18). O bordão de Moisés foi usado por Deus em várias ocasiões de forma sobrenatural: na praga em que transformou água em sangue, na praga de gafanhotos e até para abrir o mar vermelho, etc.
Você que já foi chamado por Deus para Sua obra, tem colocado desculpas para não atender, entregue ao Senhor quem você é, os recursos que você tem para Ele usar, pois Ele tem poder para multiplicar e te acrescentar outras capacidades que você ainda não tem. Tire os olhos de si e olhe para quem te chamou, para Ele não há nada impossível. Se a sua hesitação tomar conta serás privado de uma vida marcada pela superação e proezas. Os planos de Deus são maiores que os seus. O servo de Deus só encontra sossego na alma quando está vivendo a vontade de Deus. Tome uma atitude de fé e busque cumprir o chamado de Deus para sua vida. Muitos serão abençoados por ti porque somos bênçãos do Senhor quando andamos no caminho da obediência. Deus se agrada dos seus servos, que pela fé vivem o propósito do Senhor. Moisés se tornou um dos grandes nomes da história, quando mesmo em meio as hesitações, tornou-se um líder muito usado por Deus. Que seja assim com você!


(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

ESFORÇO E RENÚNCIA

No reino de Deus deve haver renúncia e esforço (Mt 11:12). A salvação é pela graça, sem méritos ou ações do homem para se conquistar, mas uma vez dentro do reino de Deus, requer-se do seguidor de Jesus esforço e renúncia. Como afirmou Billy Graham “a salvação é pela Graça, mas o discipulado custa tudo”. Quem quiser seguir a Jesus deve negar-se a si mesmo e tomar sua cruz (Mt 16:24).

A fé em Jesus implica compromisso. A pessoa que crê verdadeiramente deixa de ser o centro da própria vida e coloca Jesus como primeiro e o fluxo da vida é conduzido pelo Espírito. Quando Jesus se entregou por nós na cruz não entregou apenas as pernas, os braços, mas entregou-se por inteiro. Assim deve ser com aquele que crê nEle, a vida deve ser um culto racional onde ele se entrega totalmente como um sacrifício vivo a Deus (Rm 12:1 e 2). É necessário andar em Espírito e negar as concupiscências da carne que se inclinam para o pecado. A porta do evangelho é estreita não se pode entrar por ela sem ser transformado pelo Espírito e o seu caminho é estreito sendo mais difícil andar por ele do que pelo caminho da perdição (Mt 7:13 e 14).

Na Bíblia vemos duas figuras sendo usadas para representar o cristão, que é a do atleta e do soldado. Ambos mostram, que é necessário empenho, disciplina esforço e renúncia para seguir a Jesus. Por exemplo em Hebreus 12 vemos que o crente corre uma grande carreira, que precisa ter como alvo Jesus e se livrar dos embaraços e pecados para correr esta maratona. A figura do soldado vemos em 2 Timóteo 2: 4 e 5 onde ele não se embaraça com os negócios desta vida para agradar quem lhe arregimentou. Há outros trechos que usam estas figuras, mas quis destacar apenas esses versículos.

É preciso ainda considerar, que o sistema pecaminoso desse mundo faz oposição ao reino de Deus e consequentemente aos seguidores de Jesus. Para vencer a batalha o crente deve viver pela fé esforçando-se em obedecer ao Deus invisível num mundo visível. Tal esforço só é possível pelo poder transformador do Evangelho na vida de quem crê. É pela fé que o crente vence o mundo, pois é crendo em Jesus como Filho de Deus que a vitória é alcançada (1 Jo 5: 4 e 5). Não desejo que você meu leitor encare o evangelho de forma pessimista, mas como nascido de novo o crente é estrangeiro na terra, onde enfrentará de forma inerente a oposição desse sistema pecaminoso na terra. Como afirmou Leonard Ravenhiil : Cristão que não sofre aflições neste mundo está vivendo o evangelho errado”.

Todavia, o cristão que está em Cristo passará pelas lutas podendo desfrutar do ânimo e da paz, que excede todo entendimento, que são desfrutadas por aqueles que vivem em comunhão com Deus e priorizam o reino de Deus em primeiro lugar. A graça de ser filho de Deus por adoção superabunda em relação a vida que se vivia antes da salvação. A vida com Jesus é abundante (Jo 10:10). Quando há renúncia e esforço por Cristo o que se recebe dEle é Eterno. Agora, é importante ressaltar que não há nada que o homem faça pode conquistar a salvação. Só a obra de Jesus na cruz é que a traz. O crente apenas recebe estendendo as mãos da fé para receber a grande dádiva e assim sua vida na terra será de ter como prioridade a vida espiritual, renunciando e se esforçando para que possa desfrutar mais e mais de Cristo.

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

AS OBRAS E O PRIMEIRO AMOR.

primeiro amor

A cidade de Éfeso era o centro comercial principal da Ásia. O nome quer dizer “desejado”. Na cidade havia o culto a deusa Diana, cujo templo era naquele tempo considerado uma das sete maravilhas do mundo. Ocorriam orgias no templo, sendo as sacerdotisas verdadeiras prostitutas.

A Igreja em Éfeso, apesar do contexto da cidade, era uma igreja operosa, paciente, que colocava seus obreiros à prova e reprovava os heréticos. Eles eram criteriosos e não se associaram aos maus e aos falsos apóstolos. Trabalhadores incansáveis aborreceram a obra dos Nicolaítas que tentavam seduzir os cristãos a participar das festas pagãs. Por lá passou pastores como Paulo, Timóteo e João.

Entretanto, Jesus disse que eles abandonaram o primeiro amor. A palavra abandonar no grego quer dizer: partir; ir-se embora. Essa mesma palavra era usada para repúdio e divórcio. O que indica uma ação consciente, não acidental. Faltava o anseio em agradar a Deus com devoção. Eles eram operosos, mas tinham o coração divorciado. Deus não estava mais em primeiro lugar e Ele não observa somente as nossas obras, mas também a nossa motivação. Qual tem sido sua motivação no serviço do Rei Jesus?

O apóstolo Paulo tratando da Igreja como corpo de Cristo onde os dons espirituais se manifestam escreve sobre a essencialidade do amor de Deus na prática cristã. Não adianta somente haver trabalho e carisma é necessário o amor. Paulo cita uma série de habilidades e ações que seriam como um barulho de sino vazio que retine. Não adiante saber falar as línguas dos homens e de anjos. Não adiantaria o dom da profecia e o conhecimento de todos os mistérios de Deus. Não adiantaria ter uma fé que transportasse montes. Não adiantaria distribuir todos os bens para os pobres e nem se entregar em sacrifício. Sem amor nenhuma atitude destas valeria.

Deus sabe se não amamos a Ele como antes, se Ele não está em primeiro lugar. Trabalhe, mas não deixe de amá-lo. Não adianta ortodoxia com o coração frio. Não adianta ativismo sem amor. É preciso o viço do amor. É necessário a cola que une todas as virtudes – o amor, que é o vínculo da perfeição.

Um fato ocorrido com Jesus ao ser recepcionado na casa de Marta e Maria ilustra tal princípio. Marta preocupou-se o tempo todo em servir a Jesus e por isto ficou distraída com muitas coisas. Já Maria assentou-se aos pés de Jesus para ouvir suas palavras. Marta ao perceber a postura da irmã instigou a Jesus a chamar a atenção dela por não a ajudar nas tarefas. Jesus disse a Marta que ela estava muito ansiosa acerca das tarefas e que apenas uma coisa seria necessária. Ele ressaltou que Maria tinha escolhido a melhor parte, que foi se colocar junto a seus pés para usufruir da sua companhia. Muitos servem como Marta, mas se esquecem da intimidade com Jesus e Sua Palavra de Maria e por isto são consumidos por suas agendas num ativismo sem devoção e adoração.

Jesus ao falar para a Igreja de Éfeso diz que seriam três atitudes para que o primeiro amor fosse restaurado. A primeira atitude é lembrar onde caiu. Fazer um autoexame e ponderar sobre onde começou a separação entre o fazer e a motivação, entre o amor e o trabalho. Não se pode tapar o sol com a peneira. É preciso reconhecer o início da queda. A segunda atitude seria o arrependimento, uma mudança de mente. O arrependimento envolve quatro passos. Primeiro, sentir a tristeza pelo pecado. Em Segundo, a confissão do pecado. Terceiro, o abandono do pecado. O quarto, são novos hábitos, que aponta para terceira atitude de restauração, que seria a prática das primeiras obras, voltar ao início, e agora trabalhar com amor.

A restauração do primeiro amor é um avivamento espiritual na vida espiritual. Ocorre o casamento entre a motivação correta (o amor a Deus) e as obras. A partir da restauração do primeiro amor as obras são feitas com o coração envolvido. Não há mais a separação. As partes se reencontram. O servo reencontrou o seu Senhor. E agora tudo que faz o faz de coração. Deus quer que você o sirva, mas que primeiro esteja com Ele, pois é o discipulado do Senhor que nos habilita para o Seu serviço.

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).