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DUPLA CIDADANIA

O cristão é considerado um cidadão de duas Pátrias: a terrena e a celestial (At 16:35-39; Fp 3:20). A Pátria terrena é transitória, porém importante, temos compromissos com as leis que regem nosso sistema político e social. Exercício do voto, o direito de ir e vir, liberdade religiosa são algumas leis que compõem direitos e deveres do cidadão terreno. A cidadania celestial é definitiva, e mais importante, tendo como referência a Bíblia Sagrada. O crente a adquire porque tornou-se filho de Deus por adoção a partir do momento que creu e recebeu Jesus como Senhor. Ao recebe-lo a pessoa adentra no reino de Deus e torna-se cidadão dele.

Quando houver choque entre as duas cidadanias, deve prevalecer a celestial. Porém, num País democrático, tal choque não acontece com frequência, como num sistema ditatorial. Sendo bons cidadãos influenciaremos e usaremos os meios estabelecidos pela Lei do País, para que o nosso País não venha contrariar os valores estabelecidos na Palavra de Deus. Jesus comparou o seu povo como sal e luz (Mt 5: 13-16) mostrando a diferença e salutar característica dos cidadãos celestiais na terra onde vivem. As principais características do sal é dar sabor e preservar o alimento, a da luz vencer a escuridão e trazer uma visão aclarada das coisas. Assim o povo de Deus dá sabor, preserva e ilumina a sociedade onde está inserido.

Uma passagem bíblica esclarecedora do tema é Mateus 22: 15-22 onde os fariseus e os herodianos se juntam para fazer perguntas capiciosas a Jesus para pegarem ele em alguma falha. Eles perguntam a Ele se era lícito pagar impostos a César. Jesus pede a eles para mostrar a moeda do tributo e pergunta a eles de quem era a efígie e a inscrição. Eles respondem que é de César e Jesus brilhantemente afirma – “dai pois a César o que é de César. E a Deus o que é de Deus”. Com esta resposta Jesus mostra como o cidadão celestial deve lidar com a cidadania terrena. O imposto de César, para Jesus era lícito, mas não se deve conferir a César o que é divino como faziam os romanos considerando-o como uma divindade. A Deus o que é de Deus. Não se pode idolatrar o estado e nem considerar o seu governante um deus.

Infelizmente, vemos muitas pessoas que afirmam servir a Deus não cumprir seus deveres como cidadão terreno e nem usam bem os direitos que possuem como tal. São infiéis, mentirosos, desleixados enquanto Jesus ensinou que a palavra do cristão deve ser sim ou não, ou seja, não mentir, ser verdadeiro em tudo o que falar e prometer (Mt 5:37). Paulo, por sua vez, alertou que o servo do Senhor não deve dever nada a ninguém, só o amor, porque amando cumprirá a lei (Rm 13:8). O cidadão do céu deve levar a cidadania terrena a sério e só não obedecer como cidadão quando ordenarem a desobediência a Deus (At 4:19 e 20). A obediência as autoridades é um dever do servo de Deus, pois elas são instituídas por Deus. Suas vidas precisam ser irrepreensíveis para que o nome de Cristo seja glorificado (1 Pe 2:11-25). O exemplo de Cristo deve ser seguido. Ele sofreu o agravo, mas não pecou, deixando para nós suas pisadas para que possamos fazer o mesmo. A palavra cristão traz a ideia da pessoa ser um pequeno Cristo. O termo foi diluído, mas devemos honrá-lo porque não há maior glória do que ser servo e seguidor de Cristo. O Espírito Santo confere virtude para que os servos do Deus sejam testemunhas de Jesus aonde que possam ir até mesmo pagando com a vida por amor a Jesus (At 1:8).

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).






A CELEBRAÇÃO DO NATAL

No natal é pertinente lembrar que o primeiro milagre realizado por Cristo foi em uma celebração de casamento. A presença dEle fez diferença naquela festa (Jo 2:1-12). Quando você for celebrar o natal busque a presença dEle, pois Ele traz vida a quem crê nEle. Certifique-se que haverá um momento de celebração pelo nascimento de Cristo. Louvores, orações, reflexão da Palavra e o amor fraternal são características importantes que não devem faltar. Talvez haja em sua celebração ausências sentidas por você, mas se você tem Jesus como Senhor é certo que Ele estará presente com você na celebração do natal (Mt 28:20 b). 

Milagre traduz uma palavra grega, que literalmente, significa sinal. O milagre na boda foi um sinal que apontou para Jesus e quem de fato Ele é. No natal também se comemora milagres como a encarnação de Cristo (1 Jo 1:1-4) e o seu nascimento de uma virgem (Mt 1:18-25). Eles mostram a natureza Divina de Cristo e que apesar disto decidiu viver entre nós para redimir aqueles que creem nEle. Os sinais registrados nas Escrituras segundo João foram para testificar que de fato Jesus é o Messias e para quem crer em seu nome recebesse a vida eterna e abundante de Deus (Jo 20: 30-31).

Na celebração que Jesus participou em Caná houve a escassez de um elemento que era importante numa festa, o vinho, mas porque Jesus estava presente houve a provisão. No natal que você está celebrando pode acontecer de você enfrentar dificuldades e até crises em sua realização, mas se Jesus está presente em Espírito, a maior das provisões (Jo 6:35), que é a espiritual, não faltará no seu lar. Tenha certeza também que se Ele supre com o espiritual pode também suprir com o material (Fp 4:19).

Quando Maria comunicou a Jesus que estava faltando vinho Ele respondeu que havia um tempo determinado para que Ele manifestasse seus sinais. Sobre o natalício de Cristo, Paulo fala que jesus veio na Plenitude dos tempos, ou seja, no momento exato que Deus havia determinado (Gl 4:4-7). O ambiente histórico da época como o helenismo, a cultura romana e judaica propiciou que a mensagem de Cristo atingisse todo o mundo e por todas gerações seguintes. O nascimento de Cristo aconteceu no momento exato que tinha para acontecer.

Como escrevi a presença de Jesus na boda fez toda diferença, mas algo importante a ressaltar é que Jesus deixou de ser apenas um convidado do casamento para manifestar seu senhorio. Maria orientou aos serventes que fizessem tudo o que Jesus mandasse e por isso Jesus operou o milagre. Temos que confiar na Soberania de Deus. O natal também demonstra que Deus é O Senhor da história e que Ele realiza as coisas segundo a Sua boa, perfeita e agradável vontade (Rm 12:1 e 2). O nascimento de Jesus não foi um nascimento de mais um menino, mas o momento do maior evento da humanidade que foi Deus ter tomado a forma humana.

O nascimento de Jesus é cercado de simplicidade nascendo numa estrebaria, deitado numa manjedoura entre os animais (Lc 2:6 e 7), visitado por pastores, mas o poder de Deus foi manifestado em meio a esse ambiente, como a estrela guiando os magos (Mt 2:1 e 2), o anúncio dos anjos aos pastores (Lc 2:8-20) etc. No casamento em Caná da Galileia Jesus usou seis potes de pedras e pediu que os enchessem de água e assim transformou água em vinho. As vasilhas eram usadas para a cerimônia de purificação, mas Jesus transformou a água no melhor vinho experimentado. A glória de Deus se manifestou e assim os discípulos creram nele. A mensagem que o natal mostra é que Deus habitou entre nós e em meio as coisas simples da vida Ele transforma vidas de forma semelhante a água que se transformou em vinho. Aleluia!

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

PRESENTE INESQUECÍVEL

Creio que com o tempo passando vamos recordando fatos marcantes do passado, os Natais, por exemplo. O Natal sem dúvida alguma é uma data marcante. Nesta data é costume dar e receber presentes. Dentre os presentes, que ganhei e me recordo com nostalgia, foi um forte apache com soldados, índios, cavalos etc. Um aspecto importante é que o Natal, já é comemoração do maior presente, que a humanidade recebeu – Jesus. O costume de dar presentes no Natal não deve ofuscar o sentido do natal. A questão é tão séria que a maioria das pessoas julgam ser imprescindível ganhar presentes no natal, que não é. O Natal sempre será Natal pelo fato de Jesus ter nascido, desenvolvido seu ministério, morrido na cruz e ressuscitado ao terceiro dia. O Natal é a comemoração do maior dos presentes, que sem dúvida é o presente inesquecível, que dá vida ao homem ou mulher, se houver compreensão e fé nEles para obter vida eterna. Tenho o objetivo de escrever neste texto sobre o presente inesquecível que é Jesus me baseando em João 3:16.


A) O PRESENTE DADO POR AMOR – “Porque Deus amou o mundo (…)”. Nem todos presentes são dados por amor. Mas, o de Deus é. Ainda tem mais, o presente não foi dado porque o ser humano é amável, mas porque Deus é amor. Ele amou o ser humano em primeiro e o homem só vem amá-lo porque foi amado primeiro (1 Jo 4:19 e 20).


B) O PRESENTE PRÁTICO – “(…) de tal maneira (…)”. Nem todo presente necessariamente serve para ser usado no dia-a-dia, mas o de Deus é. O presente de Deus foi uma demonstração prática do amor dEle (Rm 5:8) e aquele que crê no presente terá a presença dEle todos os dias. A salvação obtida estará com o crente em toda sua vida prática. Ele passa a responder ao amor de Deus com a vivência do Evangelho em sua vida como um todo.


C) O PRESENTE MAIOR – “(…) que deu seu Filho unigênito (…)”. O presente dado por Deus foi o maior e incomparável que já foi dado. Ele deu Seu próprio filho. Deus tomou a forma humilde humana (Fp 2:5-11) e habitou entre nós. Ele viveu cumprindo a vontade do Pai (Jo 3:34) culminando com a sua entrega como cordeiro de Deus (Jo 1:29). Jesus morreu na cruz como sacrifício vicário e ressuscitou ao terceiro dia.


D) O PRESENTE GRACIOSO – “(…) para que todo aquele que nele crê (…)”. A salvação é pela graça (Ef 2:8 e 9). Não há nada no homem que tenha sido a origem da sua salvação. A salvação veio de Deus e a forma de recebe-la é crendo. A fé é como as mãos que estendemos para receber o presente de Deus. O homem que crê em Jesus é salvo.


E) 0 PRESENTE SALVADOR – “(…) não pereça (…) “. Jesus nos livra da ira futura, livra da condenação eterna (Jo 3:17 e 18). A partir do momento que se crê a pessoa recebe a salvação e é liberta do domínio de satanás. Aquele que vem ao Senhor nunca é mais lançado fora (Jo 6:37). Nunca mais há de perecer eternamente.


F) PRESENTE ETERNO – “(…) mas tenha a vida eterna (…)”. Jesus não somente dá sentido à vida, mas concede também a vida eterna, que como diz a palavra é para sempre. Uma vida sem Cristo vivencia uma morte, que é eterna, mas ao crer em Jesus, recebe a vida de Deus, que é eterna.


No natal não priorizemos os adereços da festa. O foco principal precisa ser Cristo. Presentes, mesas fartas não garantem um feliz natal, mas, a fé em Jesus como o presente inesquecível de Deus é que fará você ter um natal feliz. Não há presente maior. De todos, Ele é o inesquecível, eterno e cheio de significado.


(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

VENCENDO AS OPOSIÇÕES

Creio que seja difícil enfrentar uma situação, onde os inimigos sejam multiplicados, como Davi descreve no salmo 3, dentre os inimigos, o principal foi seu próprio filho Absalão. Entretanto, Davi afirmou que Deus era seu Escudo e que o sustentava durante o sono. Quando os problemas se multiplicarem, que a nossa confiança em Deus seja maior. Ele é o nosso General, a nossa Salvação em todas as épocas incluindo as épocas adversas que os inimigos se multiplicam.

Como no caso do salmo 3, o conflito pode ser com o da própria casa. Aquele que comia no prato contigo (Sl 41:9). Deus não é um expectador de inimizades, mas aquele que trabalha em favor dos que creem. As situações adversas são usadas por Ele para o aperfeiçoamento e preparo do crente em Jesus, para cumprir os propósitos dEle (Rm 8:28). Nada na vida do servo de Deus acontece por acaso, O Deus da providência atua cumprindo Sua vontade.

O crente em Jesus não deve estranhar o fato de ser desconsiderado, perseguido. Antes de Cristo ele pertencia ao reino das trevas. Ao se converter foi transportado para o reino do Senhor. Portanto, ele passa a ser confrontado pelo reino que deixou, mas ele recebe em Cristo a certeza da vitória sobre satanás e o sistema mundano deste mundo. É digno de destaque que Jesus inclui a perseguição por causa dEle como bem-aventurança (Mt 5:10-12). A identificação do crente com Jesus faz com que sofra com perseguição, mas isto deve ser motivo de alegria porque é pela causa de Cristo, que ele é perseguido (Jo 15:18-25). A carta de Paulo aos Filipenses foi escrito quando ele estava preso, mas apesar disto a sua ênfase e principal temática foi a alegria (Fp 4:4).

Algo digno de destaque é que as inimizades, perseguições não se resumem aos seus aspectos humanos, materiais, sociais e políticos. Enquanto há a inimizade aqui, algo acontece no mundo espiritual e por isto Paulo destacou que a nossa luta não é contra a carne e nem contra o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais (Ef 6:12). Não se deve alimentar o sentimento de antagonismo contra as pessoas, mas discernir os aspectos espirituais dos conflitos. Portanto, ore pelos seus relacionamentos e abençoe aqueles que não te querem bem.

As armas de combate do cristão são diferentes das armas que seus opositores usam. O mal não se combate com o mal, pois se assim for o crente seria derrotado. O cristão deve fazer de tudo o que é possível para ter paz. Não a alcançando, suas reações devem ser com o bem (Rm 12:17-21). Ao agir assim, o opositor poderá cair em si, pois sua consciência falará diante da reação positiva e propositiva do cristão. Ao combater com o bem estará agindo com graça, a mesma graça que recebeu de Deus na salvação de sua alma.

O amor de Deus pela humanidade revelado por Jesus (Jo 3:16; Rm 5:8) deve ser evidenciado pelo crente que recebeu de Jesus o mandamento de amar ao próximo como Deus lhe amou (Jo 15:12). Os discípulos são reconhecidos pela forma como amam (Jo 13:35). O amor é uma marca distintiva do cristão. Antigamente, igrejas davam aos seus membros uma carteirinha de identificação, os servos de Deus amando serão identificados como tais, Que não seja o temperamento explosivo, que não seja reconhecido pelas palavras duras, mas seja o amor na prática que se destaque em você. As habilidades, os dons são necessários, mas soarão desafinados se na sua vida todos os relacionamentos estão quebrados pela ausência do amor na prática. Vença pelo amor. Assim, aquele que hoje é seu adversário poderá ser transformado pelo seu exemplo.

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog)

A NECESSIDADE DO DISCIPULADO

Jesus não teve uma visão imediatista no estabelecimento do Seu ministério. Ele tinha o objetivo de preparar homens que depois as multidões seguissem e assim dedicou mais tempo aos discípulos do que as multidões. Seja qual for o seu ministério não tenha apenas uma visão do aqui e agora. Pense também no prosseguimento depois de você. Por isto a ordem de Jesus é fazer discípulos, que façam outros discípulos, pois a obra precisa prosseguir, e não parar em você (Mt 28:18-20). O princípio da multiplicação dos que creem em Jesus é alcançado através do discipulado. Tal propósito foi dado por Cristo e delegado a todos seguidores dEle até que venha o fim (Mt 24:14). Os apóstolos também fizeram discípulos (II Tm 2:2) e deve ser assim para todas as gerações que seguem a Jesus.

A questão é tão séria que O Senhor deixou este propósito estabelecido para Sua Igreja. Não o fazer é errar o alvo estabelecido por Ele. Tal propósito não caduca e não pode ser substituído por um ativismo desenfreado cujo o fim é si mesmo. A grande comissão de Mateus 28 não pode se tornar uma grande omissão. Em todo o planejamento que a Igreja estipula é preciso ter o discipulado como prioridade.

Uma questão importante é que o princípio do discipulado não deve ser restringido aos de fora, mas o de dentro também, ou seja os filhos, netos, sobrinhos etc devem receber a nossa influência discipuladora. A criança que é educada na admoestação do Senhor carregará essas sementes uma boa parte de suas vidas, que farão diferença na vida adulta (Pv 22:6). Quantos trabalham com afinco com os de fora, mas deixam suas famílias como um campo ainda não alcançado pelo evangelho. Certamente na prestação de contas diante do Senhor a forma como lidamos com os nossos familiares será cobrada por Deus.

Enquanto a faixa etária o discipulado deve incluir a todas podendo ter um trabalho específico com alguma faixa, mas que outros membros da igreja local trabalhem com outras faixas etárias. Trabalhos com crianças, adolescentes, jovens, adultos, homens, mulheres, terceira idade etc. devem ser feitos. Não há limite de idade para se formar um discípulo. Há trabalhos até com crianças do berçário que são muitos frutíferos. Na Igreja do Senhor as gerações se unem e cooperam umas com as outras.

Algo importante é destacar que os discípulos são ensinados e educados a se tornarem discípulos do Senhor. É natural que o discípulo tenha uma gratidão ao seu discipulador, mas ninguém deve discipular um discípulo de Cristo para si. O discipulado ocorre quando um discípulo do Senhor mais maduro discipula outros discípulo do Senhor que está iniciando a jornada de fé. Infelizmente há muitos abusos que pessoas chamam de discipulado, mas não é. Manipulações, explorações e outras atitudes são praticadas por certos discipuladores. Algumas seitas usam também o princípio do discipulado para divulgar suas crenças. É importante que o ministério de discipulado seja levado a sério com muita oração, humidade, sabedoria e amor porque na babel deste mundo secular a orientação na Palavra é fundamental para que haja o nascimento espiritual, a integração, o acompanhamento e a multiplicação de discípulos de Cristo.

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

PERDÃO, JÁ !

Meu uma avó Jacó Jamil tinha uma excelente definição acerca do perdão – “O perdão é uma nota paga, vencida e incinerada”. Paga porque Jesus já pagou o preço do pecado com a própria vida (Cl 2:14). Vencida porque não se pode cobrar mais o pecado (Rm 5:1 e 2). Incinerada porque Deus se esquece do pecado como fogo faz perecer o objeto queimado (Mq 7:18 e 19).

Devemos ter em mente que todos nós pecamos e que Deus através de Jesus Cristo perdoa os pecados. O perdão dos pecados é apropriado quando cremos em Jesus. Não foi por causa de algum valor dos que creem ou por alguma obra realizada (Rm 5:8), mas pela Graça de Deus, que alcançamos por meio de Cristo o perdão e a justificação dos pecados. Deus perdoa por meio de Cristo, algo que ninguém poderia fazê-lo, só Ele mesmo (Sl 130:4) e para isto Ele enviou Seu Filho Jesus, sendo Deus, a tomar a forma humana (Fp 2:5-11) para como Deus-homem torna-se o único mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2:5).

Apesar de ser contrário à nossa natureza humana, o perdão nos foi concedido pela Graça de Deus, por isto podemos também perdoar os que nos ofendem, porque fomos perdoados em Cristo Jesus devemos também perdoar. Não o fazer é errar como o homem parábola do credor incompassivo (Mt 18:23-35). Ele foi perdoado de uma dívida impagável, encontrando o seu devedor que devia muito menos do que ele, não perdoou e lançou-o na prisão. Tudo quanto o nosso próximo deve é infinitamente menos do que aquilo que devíamos a Deus. Por isto devemos perdoar. Perdoar é tratar o próximo como Deus nos tratou.

A falta de perdão impede que as orações sejam ouvidas por Deus. Ele deixa de perdoar quem não perdoa. Ensinando como orar, Jesus enfatizou a importância do perdão (Mt 6:14 e 15) e mostrou que a ausência dele impede a comunhão com Deus. Ainda sobre a falta de perdão, o seu acontecimento traz doenças físicas, emocionais e espirituais. Quem não perdoa adoece, pois introjeta mágoas e amarguras (Hb 12:15). Desta forma, isto contamina os relacionamentos do incompassivo, que não perdoa, afundando mais na falta de perdão.

A tradição rabínica no tempo de Jesus ensinava que se devia perdoar 3 vezes. Pedro quis ser generoso quando perguntou a Cristo se devia perdoar sete vezes. Jesus mostrou que o perdão não deve ser mensurado pelos conta-gotas humanos e assim disse que se devia perdoar setenta vezes sete, ou seja, sempre (Mt 18: 21 e 22).

O perdão tem três direções, primeiro, Deus, segundo o próximo e a si mesmo. Recebendo o perdão de Deus por meio de Cristo temos que crer na eficácia do perdão de Deus em nossas vidas e termos o compromisso de repartir o mesmo gesto com os outros.  O perdão não é uma questão de sentir vontade de perdoar, mas de fé. Perdoe se valendo da fé, que o sentimento acaba acompanhando a atitude tomada, ela é o agente do perdão (Lc 17:3-6).

O perdão é uma necessidade urgente. Não acumule pecados! Não remoa mágoas! Pare de se culpar por erros do passado! Em 1 João 1:7 está escrito que “o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo o pecado”. Por isto peça Jesus para te limpar, perdoe os seus ofensores e viva em liberdade de consciência.

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

RESPONDENDO AO AMOR DE DEUS

Vivemos na época em que muitos falam que amam, mas na verdade é o egoísmo se manifestando. A palavra amor tem sido banalizada. Muitos não compreendem de fato o que é o amor e por isto desculpam seus pecados alegando que fizeram porque amam. Devemos tirar os olhos do amor humano e focar no amor de Deus para de fato saber o que é amor. A questão é tão séria, que o apóstolo João define Deus dizendo que Ele é amor ( 1 Jo 4:8).

O amor de Deus pela humanidade não tem igual (Jo 3:16). Ele não apenas diz que a ama, mas provou quando deu Jesus, Seu filho, como sacrifício por ela (Rm 5:8). Como costumamos ouvir Deus ama o pecador, mas aborrece o pecado. É importante ressaltar que o fato de Deus amar a pessoa não quer dizer que a aceita, porque o pecador preso ao pecado está em estado de separação de Deus. Para se desfrutar da comunhão com Deus é necessário crer em Jesus como Salvador e assim obter a libertação do pecado e vivenciar o amor de Deus.

O amor de Deus pelo Seu povo é eterno (Jr 31:3). Significa que Ele não desiste daqueles que são seus. Como Ele os atraiu com misericórdia, ele insiste nesta mesma misericórdia por toda trajetória do Seu povo. Jesus continuou amar a Pedro mesmo depois de ter sido negado três vezes por ele. João se referido ao amor de Jesus pelos seus discípulos, ele disse que Jesus os amou até o fim (Jo 13:1). O amor de Deus persiste. A resposta que Devemos dar ao amor perseverante e persistente de Deus por nós é o amor. Só o amor levanta o caído. Só o amor responde a fidelidade Divina por nós. Jesus perguntou a Pedro, depois de suas negações, três vezes: tu me amas?

O que Jesus fez com Pedro foi um trabalho de restauração. Como Ele havia negado três vezes, Jesus perguntou a ele três vezes se ele o amava. Pedro negou Jesus diante de um braseiro e Jesus reencontra-se com ele diante de um braseiro. Jesus curou a mente de Pedro. Nesse mesmo reencontro Jesus profetizou que Pedro morreria de uma forma involuntária por causa do amor a Deus. Mostrando que Pedro mudou da negação para a fidelidade até o martírio (João 21:18 e 19).

Amor imensurável. Responda a este amor amando a Deus acima de todas as coisas e amando o próximo como Jesus lhe amou. Depois de se crer em Jesus a pessoa passa a ser habitada pelo Espírito Santo, que derrama o amor de Deus no coração do crente e assim o servo de Deus passa a amar com o amor de Deus (Rm 5:5). Deus compartilha o seu amor com seus servos. Só se pode responder ao amor de Deus amando porque foi Deus que amou primeiro (1 Jo 4:19). A Glória é toda de Deus. O Espírito Santo de Deus frutifica naquele que crê o seu fruto, cujo a virtude essencial é o amor (Gl 5:22). O amor é a necessidade número um. Não adiante grandes peripécias se não houver amor de nada adiantará. Mesmo que haja esforço e renúncia se não for motivado pelo amor Deus não aprovará. Quantos são prontos para falar de amor? Mas, as mãos estão encolhidas. Quantos são peritos em sermões, mas não amam e nem tratam com amor os seus familiares? Precisamos responder o amor de Deus com amor. Mostrando que de fato amamos pelas atitudes. Fazendo também afirmações verbais, mas que se demonstram pelas ações coerentes. É bom lembrar que não seremos perfeitos no amor, mas o caráter perdoador de Deus nos dará a oportunidade de recomeçar e amar.

(O autor do artigo é o Pr, Eber Jamil, dono do blog).

JESUS : SENHOR DA QUALIDADE

A Vida que Jesus mostrou ter não foi restrita a certos “guetos”, mas influenciou todos os segmentos da sociedade. Seu primeiro milagre foi numa festa de casamento. Mostrando que tinha vida social e que a marca do ministério dele seria a qualidade. Com Jesus na vida ganhamos mais qualidade em todas as áreas da vida. Porque a vida que Jesus oferece é superior àquilo que já estamos acostumados a experimentar. O Vinho dele foi melhor e é assim com suas obras. Desde o princípio, vemos Deus zelando pela qualidade daquilo que criava (Gn 1:4). No fim de cada dia Deus chegava à conclusão que tudo que Ele fazia era bom (Gn 1;31). A qualidade de Deus não é um acaso, mas algo intencional. É uma característica marcante das obras do Criador. E algo de destaque na criação foi a formação do homem, que Deus depois de criá-lo disse que via que era muito bom.

Jesus, filho de Deus, é Senhor da qualidade. Quando uma vida se entrega a Ele recebe uma vida distinta da vida que o mundo conhece. A pessoa passa a crescer espiritualmente tornando uma pessoa melhor e influenciadora. Um dos lugares mais difíceis de se testemunhar é a família. Todos conhecem a história da pessoa até a conversão, assim se levantam preconceitos com sua nova fé. Mas, aquele que se converteu torna-se um familiar melhor tornando-se bênção entre os seus. Sendo ele um filho, pai, esposo, avô, irmão mostrará uma nova postura que cativará sua família levando a outros quererem Cristo também. Paulo ensinou o modo como o crente em Jesus deve agir entre os seus (Ef 5:22-6:4; Cl 3:18-21) e o Deus que nos deu uma nova vida em Cristo nos dá poder para vivermos assim, mesmo sendo desafiador como é no ambiente familiar.

No sentido de crescimento pessoal a vida com Jesus também proporciona qualidade superior. Com Jesus conhecemos mais a Deus, mais nós mesmos e ao próximo. Há um aprofundamento no conhecimento de Deus que proporciona uma maior profundidade na vida. Criam-se raízes profundas na Palavra de Deus e assim os frutos são abençoadores e influenciadores nas relações vividas. É comum ouvir que a pessoa deve ir a Jesus como está, mas sem dúvida, a fé nEle se manifestando mudará a vida por completo e ele não mais ficará como era. O poder restaurador do Evangelho é inigualável. Em Cristo a pessoa torna-se filho de Deus por adoção e a nova filiação prepondera sobre o ser.

A qualidade também será vista nos relacionamentos. Campos cheios de desafios são as relações. Mas, uma vez em Jesus a presença dEle será evidenciada nos relacionamentos. A história de Levi, conhecido mais como Mateus, mostra isto (Lc 5:27-32). Jesus chamou Mateus para segui-lo enquanto Mateus trabalhava numa coletoria de impostos. O trecho diz que Levi deixou tudo e seguiu a Jesus, mas Mateus preparou um grande banquete para seus conhecidos e amigos com o objetivo de apresentar-lhes Jesus. Daquele momento em diante Mateus queria mostrar que sempre estaria com Jesus. Assim, acontece com aqueles que creem em Jesus. Em suas relações Jesus sempre será o centro de tudo e assim haverá mais qualidade, mas santidade e fraternidade nos seus relacionamentos. Diante do exposto fica claro, que Jesus é O Senhor da qualidade e quem crê nEle desfrutará do seu trabalho e cuidado afetando a vida como um todo. Ocorre a transformação como que da água para o vinho. Creia em Jesus e receba a vida eterna que só é possível em Jesus.

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

VENDO A FACE DE DEUS NO IRMÃO.

jaco e esau

Jacó estava temeroso de se reencontrar com Esaú, seu irmão, depois de vinte anos, tanto que faz planos especiais para o reencontro com ele. Quando ele saiu de casa, anos atrás, seu irmão pretendia mata-lo porque ele seguiu o conselho de sua mãe Rebeca e recebeu a benção de seu pai que deveria ser dado a Esaú, mas através do engano Jacó tomou a benção do irmão. Esaú já havia numa ocasião antes trocado o direito da primogenitura com Jacó por um prato de lentilhas, mas tinha esperança de receber a benção da primazia pelo pai, mas Jacó foi astuto e enganou seu pai Isaque recebendo a benção de Esaú.

Numa tentativa de aplacar a possível ira do irmão, que vinha ao seu encontro juntamente com 400 homens, e se proteger, ele divide sua família e toda caravana que ia com ele em grupos, pensando que, se um grupo fosse atacado, o outro poderia escapar. Também separou muitos animais para dar de presentes a Esaú e enviou em grupos para ele.

Depois de atravessar sua família e seus bens pelo vau de Jaboque ele fica só e um homem da parte de Deus, que é o próprio Senhor, trava uma luta corporal com ele mudando sua vida e seu nome. Depois deste encontro, ele não foi chamado mais de Jacó, o suplantador, mas Israel, aquele que luta com Deus. Jacó chamou aquele lugar de Peniel, que quer dizer face a face com Deus. Ele disse: Eu vi Deus face a face, mas ainda fiquei vivo.

Muitos quando pensam no encontro de Jacó com O Senhor ressaltam apenas este momento divisor na vida dele onde viu Deus face a face. Mas, me inspirou o fato de que no reencontro com Esaú seu irmão lhe trata bem como um querido e Jacó exclama que ver o rosto de Esaú é como ver o rosto de Deus. Jacó sabia o que era ver Deus. Ele tinha tido a experiência. Ele não usou de lisonja quando falou isto com Esaú. Ele foi verdadeiro. Portanto, ele viu o agir de Deus naquela reconciliação com o irmão. A vida com Deus não tem apenas o sentido vertical, ou seja, com Ele, mas inclui o próximo, que é o aspecto horizontal da vida com Deus. O homem que havia visto Deus face a face estava dizendo que ver o rosto do seu irmão era como ver o rosto de Deus. Tal fato lembra o apóstolo João que afirmou: Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? (1 João 4:20).

Quantos dizem servir a Deus, mas seus relacionamentos interpessoais estão dominados pela mágoa, rancor, vingança, amargura e outros sentimentos nocivos.  Muitos que já tiveram o encontro com Deus precisam reconciliar-se com o irmão e assim ver a face de Deus também no irmão. Jesus ao responder sobre o questionamento sobre qual seria o maior dos mandamentos resume toda a lei em dois mandamentos. Veja Mateus 22:34-40: E os fariseus, ouvindo que ele fizera emudecer os saduceus, reuniram-se no mesmo lugar. E um deles, doutor da lei, interrogou-o para o experimentar, dizendo: Mestre, qual é o grande mandamento na lei? E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas. Ele ensinando aos discípulos disse que deixava um novo mandamento que esclarece que o amor ao próximo deveria ter como base o amor que Ele nos amou em João 13:34: Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Ele continuando a falar disse que se amassem seriam reconhecidos por causa do amor. “Nisto conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13:35).

Quando Jacó afirmou que ver a face de Esaú era como ver a face de Deus não estava se referindo ao caráter piedoso de Esaú, ou sua santificação, mas o que ele via era o significado daquele encontro depois de 20 anos onde os irmãos se abraçaram e tiveram um momento de reconciliação. Nós que fomos reconciliados com Deus por meio de Cristo temos também a mensagem da reconciliação por meio de Cristo (2 Co 5: 17 – 20). Portanto, não devemos ter os relacionamentos interpessoais em frangalhos, destroçados. Deus é visto em nós quando nos reconciliamos com aqueles que nos magoaram e nos ofenderam. O amor é a principal marca identificadora do crente. Jesus no sermão do monte ensina que se algum irmão tiver algo contra nós antes de entregar a oferta no altar deveríamos ir até para que houvesse reconciliação (Mateus 5:23-26). A reconciliação com Deus é a base para que busquemos o concerto com o irmão também.

A experiência de Jacó com o reencontro com Esaú também nos ensina que o relacionamento com Deus não é somente de grandes encontros, de grandes lutas, como foi em Peniel, mas também vemos Deus no reencontro com o próximo. Jesus falando sobre o juízo final disse que os seus escolhidos em vida deram de comer a Ele, deram de beber, o visitaram e vestiram-no. Falando mais, Jesus disse que os escolhidos perguntarão: quando fizemos estas coisas a Ti Jesus? E Jesus respondeu: “Eu afirmo a você que é verdade, quando vocês fizeram isso ao mais humilde dos meus irmãos, foi a mim que fizeram” (Mateus 25:31-46). Creio que você quer ver a face de Deus então ame a seu irmão, perdoe seu irmão e ajude ele em sua necessidade porque ao fazermos isto com os pequeninos estaremos fazendo ao próprio Cristo.

Creio que seja oportuno em falarmos sobre este assunto porque estamos acostumados a ouvir sempre sobre as experiências com Deus, que são imprescindíveis, inesquecíveis, mas esta experiência de Jacó abre o nosso entendimento de que se queremos uma vida abundante em todas as áreas o próximo precisa ser incluído. Não podemos ser daqueles que dizem: eu quero Deus e o próximo é que exploda, não é assim. Se amarmos o irmão, se nos reconciliarmos com os desafetos teremos a experiência de ver a face de Deus no irmão.

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

ENXERGANDO, APESAR DO SOFRIMENTO.

maria e joão

Jesus estava sendo crucificado. Seu sofrimento e humilhação estavam no ápice. Mesmo estando nesta situação as frases que ele proferiu durante sua crucificação não foram palavras de amargura, auto piedade, de vingança e nem de desespero. Pelo contrário, foram frases que mostram e muito o sentido da sua crucificação. Ele proferiu sete frases na cruz, sendo a segunda para a sua mãe e seu discípulo amado que repito o que está escrito em Jo 19:26 e 27: Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe, E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.

“Ora Jesus, vendo ali sua mãe “. Quantas vezes na angústia deixamos de ver o outro, mas com Jesus não foi assim. Muitos deixam de ver a mãe, a esposa, o esposo, o filho, o amigo e outros.  Ele viu Maria, sua mãe e João, o discípulo a quem amava. Além de vê-los Jesus viu a necessidade de sua mãe, que necessitaria de apoio. Jesus havia mostrado este olhar diferenciado em seu ministério. Quando procurava um lugar para descansar um pouco, viu a multidão que o seguia parecendo como ovelhas sem pastor e ele não lhes deixou de dar o alimento espiritual ensinando-os. Percebeu nesta mesma multidão a fome também por alimento físico e por isto multiplicou cinco pães, dois peixes alimentando a multidão. O olhar de Jesus foi de compaixão pela multidão. Muitos enxergariam o assédio da multidão como sinal de “popularidade”, como “poder político” conquistado, mas Jesus viu na multidão a necessidade espiritual e material daquelas pessoas (Mc 6:30-44).

Voltando a segunda frase de Cristo na cruz constatamos que Ele não girava em torno de si mesmo. Somos essencialmente egoístas. Mas, quando sofremos somos muito mais egocentralizados. Jesus sempre andou no caminho contrário ao egoísmo e se preocupou com a dor alheia. Até neste momento de sua própria morte preocupou-se com que aconteceria com Maria, sua mãe terrena. A capacidade de ter empatia é admirável e quando se está sofrendo mostrar este sentimento é notável. Jesus falando no sermão do monte sobre um dos sentimentos mais perturbadores do ser humano que é a ansiedade e exemplifica o cuidado de Deus com os passarinhos e com os lírios do campo. Este olhar de Jesus para fora de si diante do sofrimento humano e do seu próprio sofrimento é digno de ser admirado e buscado. Sendo Deus, Jesus via mais do que ninguém, mas como homem, que também era, poderia ter rateado e ter caído na autocomiseração, mas o que ele fez foi cuidar de sua mãe.

O cuidado de Jesus com ela mostra a todas as famílias que não devemos descuidar dos nossos familiares. Na vida moderna onde poucos param para observar a dor do outro Jesus mostrou não esquecer daquela que o acompanhou até a cruz. Daquela que gerou por obra do Espírito Santo a Ele, Jesus homem. Paulo ao orientar sobre o cuidado das viúvas (1 Tm 5:3-6) ressaltou que se a viúva tivesse parentes deveria ser cuidada por eles porque não fazer isto é negar a fé e agir pior do que um incrédulo (1 Tm 5:8). Jesus nem em seu agudo sofrimento não esqueceu da sua mãe terrena. É um dever do cristão suprir as necessidades dos seus familiares especialmente dos mais próximos.

Aprendemos com Ele que mesmo sofrendo devemos estar abertos ao próximo, pois podemos ser usados por Deus durante o nosso sofrimento na vida de alguém. A atitude dele foi registrada e ecoou até aos nossos dias mostrando-nos que mesmo na luta não devemos nos encaramujar, ou nos recolhemos em nós mesmo como faz a tartaruga no seu casco, mas abrimos a possiblidade de ser benção na vida de alguém que também sofre como estamos sofrendo. Foi esta a atitude de Cristo em relação a Maria. A cana quando é esmagada dá um caldo doce porque é o que tem dentro dela. O servo de Deus deve amar mesmo quando sofre porque O Espírito Santo derramou em seu coração o amor de Deus  (Rm 5:5), que não é um amor externalizado somente pelas palavras, mas em ações concretas (1 João 3:18).

Observemos que a Igreja de Laodicéia não estava enxergando a si mesma, sua nudez espiritual e pobreza. Jesus recomendou-a que ungisse seus olhos com colírio. Algumas perguntas são pertinentes. Como você enxerga quando sofre? Você só vê a si mesmo? Você vê o seu próximo? Você vê somente a sua necessidade? E do próximo você enxerga? Você tem empatia com o outro quando sofre? Você ajuda o outro mesmo sofrendo? Peça a Deus para ungir sua visão para que vejas mesmo quando sofreres o outro. Jesus disse: “A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” (Mt 6:22 e 23)

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).