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A TRIUNIDADE DIVINA.

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Devemos notar que a doutrina da Trindade está intimamente relacionada com a prática cristã. O crente verdadeiro experimenta a Triunidade Divina, isto é, três Pessoas Divinas existindo em uma. Sabemos que o Espírito Santo nos convence do pecado, da justiça e do juízo. Sabemos também que o Pai nos perdoa e nos recebe. O Filho encarnou-se para morrer, nos salvar dos pecados, ressuscitar ao terceiro dia, e hoje é o nosso advogado junto ao Pai. A doutrina da Triunidade, portanto, não é estranha à experiência do crente; ao contrário, ela é revelada nas Escrituras e podendo ser vivenciada na experiência cristã.

O Deus triúno mostra ao homem a unidade perfeita em três pessoas, que em essência são um. O homem vive quebrando relacionamentos, lutando contra o outro, dividindo-se. Deus se mantém integro, trabalhando na história dos homens, e deixando suas pegadas para que sigamos. Deus insere, os que creem no Seu Filho Jesus, pela ação do Espírito Santo, no Corpo de Cristo, que é a Igreja promovendo uma união espiritual da entre seus membros e uma união com o Deus Triúno. A Igreja, por sua vez, pratica suas ações baseando-se e dependentemente do Deus Triúno. Na Grande comissão que Cristo deixou Ele ordenou que as pessoas, que cressem, fossem batizadas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A inclusão do Deus Triúno na fórmula batismal mostra a inseparabilidade de Deus na prática da Igreja. Não tem como a Igreja do Senhor Jesus realizar o seu trabalho de forma real sem a ação do Deus Triúno. Os dons exercidos na Igreja são dados por Deus Pai, que são resultados da ação do Espírito e de Jesus, que os batizou no Espírito.

O trabalho de Deus começa no homem antes da sua conversão e antes da sua inserção no corpo de Cristo. Deus visa primeiramente a reconciliação do homem com Ele. Por isto Jesus foi enviado por Deus Pai. Por isto o Espírito Santo aponta a Cristo como o único caminho para que o homem se arrependa da rebelião contra Deus e viva na paz com o Criador. Resistir a obra de convencimento do Espírito é obstinação, e se não houver arrependimento o estado de afastamento de Deus continua. Portanto, não fazendo parte do Corpo de Cristo. O trabalho de Deus não é só no nível coletivo, mas também no individual. A Igreja é a reunião dos crentes em Jesus, que formam um só corpo. A conversão de alguém e a sua comunhão com Deus é resultado das ações do Deus Triúno, que trabalhou para salvação, mas também para que houvesse comunhão e relacionamento entre Ele e o crente. O crente aspira e deseja manter a comunhão com Deus, que por Sua vez trabalha na vida do crente para que a comunhão se desenvolva. A oração é um dos meios de experimentarmos o trabalho de Deus em Suas três pessoas. Quando se ora, se ora ao Deus Pai pela mediação do Filho e movido pelo Espírito Santo. Na meditação da Palavra de Deus podemos compreender as Escrituras pela ação do Espírito que revela o que Deus Pai, o autor, que através da instrumentalidade dos escritores apresentou a Jesus como o coração da Bíblia. Quando se evangeliza O Espírito Santo faz a obra de convencimento do pecador, a quem é apresentado Jesus como o único caminho para se achegar ao Pai. Quando se adora a Deus, adora-se ao Deus Pai através do Filho movido pela unção do Espírito.

Não se deve pensar que a doutrina da Triunidade Divina seja algo distante do crente e da Igreja do Senhor. Na verdade, não tem como haver salvação, comunhão com Deus e a igreja do Senhor sem a ação do Deus Triúno. Adorai ao Deus Triúno!

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog)

SENHOR, TU ME SONDAS.

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Na oração ocorre um desnudamento na alma quando falamos a Deus de forma espontânea movidos pelo Espírito Santo. Diante de Deus tudo é patente e quando temos consciência disso entendemos o perscrutar de Deus em nossa alma. Então oraremos em verdade sem a ilusão de que podemos falar algo que não corresponda a verdade do nosso interior e mesmo assim sermos ouvidos nas palavras, mas não discernidos no coração. Deus a tudo conhece e é de suma importância que isto norteie a nossa oração.

Em muitos Salmos observamos que a oração não é apenas um diálogo com Deus, mas também conosco mesmo. Os salmistas, por diversas vezes, conversaram consigo mesmo, ou falaram a respeito de si mesmo, enquanto conversava com Deus porque há essa consciência da Onisciência Divina norteando a oração. Como tudo é conhecido por Deus até o que falamos conosco mesmo é considerado por Deus como parte da nossa oração.

A verdadeira teologia que acreditamos é aquela que praticamos, e a oração é uma das áreas onde é manifesto o que cremos acerca de Deus. Se formos cheios da Palavra de Deus a nossa prática da palavra será constantemente afinada pelo Espírito ao ponto da nossa prática revelar a influência da Palavra em nós. Portanto, a oração não serão meras palavras, não serão meras repetições. Sabemos que na verdade tudo é um flagrante diante de Deus.

O entendimento da Onisciência Divina não surte efeito somente na dimensão da oração, mas também na dimensão do pensamento. Mesmo que não chegue palavras em nossas bocas, Deus conhece os pensamentos que povoam nossa mente. A mente é uma usina onde são produzidas as nossas palavras e ações, portanto precisam ser cuidadas de forma preventiva. Quem cultiva o mal pensamento um dia cometerá o mal. Saber que Deus conhece os pensamentos deve-nos nortear aquilo que ocupa a nossa mente. Não podemos pensar que o mau pensamento seja algo inocente, sem consequência. O mau pensamento cultivado resultará em ações malévolas. Portanto, tememos a este Deus que conhece tudo em nós e cultivemos pensamentos agradáveis a Ele.

Serão sábias e ponderadas as nossas palavras se nos enchermos do conhecimento de Deus. As palavras geram consequências nas pessoas que ouvem. Revelam o que há no nosso interior. Praticar a presença de do Deus em nossa vida colocará tudo no nível sagrado não havendo espaço para a linguagem profana, pecaminosa e ofensiva. As palavras revelam o que está dentro, pois como já foi escrito, se sabemos que somos vistos por dentro por Deus, preservaremos a nossa mente dos maus pensamentos. Se bem que muitos deles são involuntários, mas haverá uma prática constante de cultivo da Palavra de Deus fazendo assim que os bons e agradáveis pensamentos preponderem.

Outra mudança significativa que o conhecimento da Onisciência nos traz é na área da conduta. Não haverá esconderijo, lugar de escape, quando se crê e pratica a vida nesse entendimento. Por mais que o olho humano não esteja contemplando, Deus está. A noção de lugar santo não fica restrita ao templo, mas o entendimento que a presença de Deus enche todos os lugares fará que entendamos que não há mais espaço neutro.

Renda-se ao Senhor que te sonda. Arrependa-se segundo o olhar dEle. Tenha novas práticas coerentes com seu perscrutar. Temor, reverência serão atitudes presentes em quem crê e pensa assim, pois afinal, Ele te sonda e conhece.

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

PATERNIDADE DIVINA.

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Nós costumamos ver Deus como Pai, mas também Ele pode ser comparado com a mãe. Deus é Espírito e não possui sexo, Ele exerce o papel materno e paterno junto aos seus filhos. Sinta-se acolhido por Deus como filho se você já creu em Jesus. A forma de ser feito filho de Deus é recebendo Jesus e crendo no Seu Nome. Assim, Ele te receberá com o coração paterno e materno que Ele tem.

Pode até mesmo acontecer de termos referencias paternos distorcidos, que nos abandonaram, maltrataram, incitando a raiva em nós. Deus como Pai e Mãe dos que creem em Jesus não é assim. Ele é O Pai Celestial, que não falha, se os pais terrenos falharem. Como escreveu o profeta Isaías: Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse dele, contudo eu não me esquecerei de ti (Is 49:15).

Como também escreveu Davi – Ainda que me abandonem pai e mãe, o Senhor me acolherá (Sl 27:10).

Quando penso nesta palavra de Davi entendo que Deus, o Pai, acolhe os filhos desamparados usando pessoas para exercerem na vacância dos pais biológicos o papel essencial dos pais. Há muitos tutores, pais adotivos e até mesmo cuidadores, que acabam desempenhando o papel paterno ou materno. Creio que Deus em Sua Providência se utiliza dessas e outras pessoas como instrumento de acolhimento.

Deus ensinou que a verdadeira religião é cuidar dos órfãos e das viúvas. Ele próprio, providenciou a humanidade o envio de Seu Filho para poder tornar os homens filhos de Deus, a saber os que creem em Seu Nome. Homens que estavam afastados de Deus dominados pelo pecado, escravos de satanás, foram libertos. Independente da família natural de origem, a pessoa pela fé em Jesus passa a pertencer a família de Deus para sempre.

A paternidade de Deus é algo tão importante de se conhecer, que O Senhor Jesus na sua oração modelo mostrou que a paternidade de Deus é a forma como devemos nos relacionar com Deus, começando com a expressão “Pai nosso”. A base da oração é a paternidade de Deus. Quando oramos, oramos como filhos através de Cristo Jesus. Orar é tão inerente ao filho de Deus como o filho terreno conversar e manter um relacionamento com seu pai terreno. Aliás, o relacionamento com Deus como O Nosso Pai é a alegria mais sublime que um homem pode ter. A prática das disciplinas espirituais são prazerosas porque há certeza da presença de Deus. Ele é O Pai, que está conosco sempre, e que sempre trabalha para os que nEle esperam. Diz a Palavra que os segredos do Senhor são para quem lhe teme. Temor é a reverência que se faz a Deus pelo senso da Sua Presença constante. Mergulham nas profundezas espirituais aqueles que vivem norteados pelo senso da presença de Deus e desfrutam de Sua intimidade pelas disciplinas espirituais.

Celebre o Pai Celestial que você tem. Adore-o. Desfrute da Sua intimidade – orando e lendo a Palavra. Honre ao seu Pai – santificando seu nome. Proclame a todos que há possiblidade de pertencer a família de Deus através de Cristo e ser transformado em filho de Deus por adoção.

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

JUSTIFICAÇÃO.

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A justificação é um ato declarativo de Deus sobre o homem que é alvo de Sua Graça, que foi comprado pelo sangue do seu Filho Jesus, e que a recebe por meio da fé em Jesus.

A justificação não é uma obra meritória do homem, mas é algo que o homem recebe pela fé. Creia em Jesus e no seu sacrifício, e serás justificado diante de Deus e estarás perdoado.

A doutrina da justificação foi redescoberta na Reforma Protestante através da instrumentalidade de Martinho Lutero. Era uma época obscura onde se vendia documentos chamados de indulgências que garantiam o perdão dos pecados. Perdão que podia se comprar com dinheiro.

Jesus contou uma parábola de um fariseu e um publicano que foram orar. O Único que foi justificado foi o publicano porque nele se mostrou o verdadeiro arrependimento e a fé no Deus que perdoa pecados. Diferentemente do fariseu, que confiava em si mesmo, na força da sua religiosidade e da sua conduta exterior. Quem foi justificado foi o publicano porque não confiou nos seus méritos e apelou pela misericórdia divina. O religioso arrogante não obteve resposta a sua oração.

Até hoje o espírito arrogante humano tem rondado o meio da fé cristã. Muitos barganham com Deus confiados nos seus sacrifícios pessoais esquecendo-se que o sacrifício que nos fez aceitáveis a Deus foi o de Jesus. Tal arrogância é maligna. Luciferiana. Pois é uma forma do homem se colocar no lugar de Deus e tentar fazer Deus seu servo.

A reprovação diante de Deus é o resultado dessa arrogância. Não se alcança a salvação e o indivíduo se auto engana achando que alcançou a salvação desta forma. Porém, Deus o rejeita. Viver desta forma é sempre andar no sentido oposto de Deus e a favor do espírito desse mundo, que basicamente crê que a justificação e as bênçãos de Deus são alcançadas pelo mérito humano.

Como escreveu o profeta Isaías a justiça do homem é como trapo da imundícia, que era uma espécie de absorvente feminino, considerado cerimonialmente imundo. A mulher no seu período menstrual era proibida ter contato sexual com seu marido. A justiça humana comparada com a Justiça de Deus sempre será deficiente. Não alcançado por ação humana a justificação diante de Deus, a não ser pela fé no sacrifício de Jesus, Justiça Nossa. Jesus contou a parábola de uma viúva persistente que apelou a um juiz iníquo e que acabou atendendo a viúva. Se o juiz iníquo atendeu, o Juiz Perfeito que é Deus, que agiu, age e agirá sempre com a perfeita justiça que lhe é peculiar.

Deus é Perfeitamente Justo, que deu nada menos, o próprio Filho, para se fazer justiça aos que creem nEle. Justificando cabalmente pessoas que por sua conduta nunca seriam justificadas. Mostrando assim O seu caráter amoroso e justo, sendo plenamente harmonioso em Deus esses dois atributos.

A conclusão paulina desta verdade foi que agora não há mais condenação para os que estão em Cristo Jesus, pois já fomos justificados. Glórias a Deus! Arreda-te acusador! Culpa não venha querer me dominar, pois o sangue de Jesus me perdoou e me purificou de toda injustiça.

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

DEUS SURPREENDENTE.

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Quando Zaqueu subiu na árvore para ver Jesus a sua expectativa era vê-lo passar. Somente isto. Porém, Jesus parou, chamou-o pelo nome e disse que lhe convinha ir na casa dele. Jesus superou as expectativas. O resultado é que não apenas Zaqueu foi salvo, mas toda sua casa.

Tal verdade deve modificar o modo como muitos veem a oração. Muitas vezes, quando pedimos algo ou desejamos algo de Jesus, já desejamos o pacote completo e embrulhado. Achando saber o modo como Jesus agirá. Gera-se uma expectativa de que todos os nossos pedidos serão atendidos da forma como imaginamos, e não é assim. Os pensamentos de Deus são maiores que os nossos.

Enquanto vemos o presente, e conhecemos em parte o passado, Deus conhece tudo e o todo. Portanto, conhecer a Deus tranquilizará o nosso coração quando estivermos em condições adversas. Durante a aparente circunstância incontrolável saberemos que ela está sujeita ao domínio de Deus e entenderemos melhor depois. Depois de Jesus acalmou a tempestade os discípulos exclamaram: Quem é este que até o mar e o vento lhe obedecem? Eles foram surpreendidos porque o incontrolável era controlável para Jesus. Jesus pode abrir portas e dar soluções improváveis aos olhos humanos.

Igualmente importante é a questão da evangelização. Pessoas inconquistáveis, inquebráveis, podem ser convencidas pelo Espírito. Pessoas mais distantes e renitentes podem se converter. Quando evangelizarmos a confiança deve estar em Deus. Não devemos nos ater ao que vemos e percebemos enquanto olhamos o aspecto do evangelizado. Ajamos pela fé. Pregando com convicção a mensagem poderosa do evangelho. A Palavra é uma semente e O Espírito que prepara o coração (que é a terra) para recebe-la. Então nos animemos na tarefa da evangelização pois o Poder de Deus é surpreendente.

No exercício da obra de Deus podemos também ser surpreendidos. Os milagres que Jesus realizava causava impacto nas pessoas, pois superava as expectativas. Muitos exclamavam que o ensino de Jesus era com autoridade. Os servos de Deus também tiveram e tem esta experiência de no decorrer da prática cristã. Deus realiza feitos extraordinários. Lugares escabrosos, desérticos, podem se tornar mananciais e jardins frutíferos.

O maior exemplo de que Deus surpreende na história de Zaqueu, que nos serviu de base para começar nosso argumento, foi a mudança ocorrida em Zaqueu. Alguém mesquinho, desonesto, torna-se honesto e generoso. Diante do interesse de Jesus por ele, Zaqueu que sofria a rejeição da religião vigente, creu e foi transformado por Jesus. O primeiro milagre realizado por Jesus surpreendeu a todos porque Deus transformou água em vinho. Assim, o poder transformador de Jesus continua nos surpreendendo transformando pessoas comprometidas com o pecado em pessoas comprometidas com Jesus. Saulo de perseguidor se torna o apóstolo Paulo. Pedro o covarde se torna o primeiro pastor. Tomé o duvidoso se torna mártir da causa de Cristo.

Deus não cabe nas caixas, nos containers, criados pelos esquemas humanos. Ele ultrapassa os quadriláteros do nosso raciocínio. Você que serve a Deus tenha sempre a expectativa de ser surpreendido por Deus.

(O autor do artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog).

COMO CHEGAMOS PERTO DE DEUS ?

 

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Ef 2:13 – Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.

O trecho bíblico de Efésios 2:11-22 trata da inclusão dos gentios no plano redentor de Deus. Àqueles que eram estrangeiros, tornaram-se um só corpo, um só edifício, concidadãos dos céus e família de Deus em Cristo Jesus. Como está aproximação aconteceu? Como chegamos perto de Deus? É o que vou responder.

Não chegamos perto de Deus por causa da nossa bondade. A Bíblia diz que Deus nos amou quando ainda éramos pecadores (Rm 5:8). Portanto não foi a nossa bondade que conquistou a aproximação a Deus. Somos muitas vezes ambíguos. Fazemos atos bondosos com as motivações erradas. Não podemos ser chamados realmente de bons por causa da natureza caída e pecaminosa. Balançamos sempre entre o ser bonzinho ou ser demasiadamente justo. A nossa bondade não é capaz de atingir o padrão de Deus.

Não chegamos perto de Deus por causa da nossa sinceridade. O fato de alguém ser sincero não o faz meritório diante de Deus. Muitos são sinceros e estão em caminhos errados. A sinceridade não redime. Deus deseja a verdade e sinceridade, mas não pensemos que isto é mérito diante de Deus, pois a nossa justiça é trapo de imundícia.

Não chegamos perto de Deus por causa das nossas obras. Nada que façamos a outra pessoa pode comprar um lugar perto de Deus. A salvação não vem de nós, isto é dom de Deus (Ef 2:8).

Não chegamos perto de Deus porque somos religiosos. Não existe prática religiosa, ritual, que nos credencie ao céu. Os sacramentos não conferem graça ou mérito diante de Deus. Freqüências ao culto e nas orações não fabricam o novo nascimento. É preciso arrependimento dos pecados e nascer do Espírito. Uma doutrina muito esquecida no nosso meio é a doutrina da depravação. O homem tem um abismo intransponível para chegar a Deus só Jesus é a ponte.

Chegamos perto de Deus porque Deus tomou a iniciativa de nos aproximar dEle. Só amamos a Deus porque Ele nos amou primeiro. A iniciativa é Deus, e o aceitar ou não é do homem. 2 Co 5:19 – (…) Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.

Chegamos perto de Deus por causa da mediação de Jesus e seu sacrifício. O versículo escolhido como base neste pequeno estudo mostra que foi pelo sangue de Jesus, pois Ele é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1:29). É pelo sangue de Jesus que temos acesso a Deus. 1 Tm 2:5 – Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.

E finalmente, chegamos perto de Deus por recebermos a salvação pela fé. A fé são as mãos com que recebemos a dádiva divina da Salvação.

Hb 11:6 – Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.

Só se aproxima de Deus aquele que crê na obra redentora de Cristo.

O conhecimento de que não nos chegamos a Deus pelos nossos próprios méritos deve nos fazer ser humildes e agradecidos, nunca presunçosos. Louvemos ao Senhor porque Deus nos aproximou dEle pelo sacrifício vicário de Cristo! Aleluia!

(O artigo é do Pr. Eber Jamil, dono do blog).

COMO VENCER AS TENTAÇÕES?

 

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Antes de escrevermos sobre como obter vitória nas tentações é necessário definirmos o que é tentação. Vou citar duas definições indicando as fontes:

A. Tentação é indução para o mal por sugestões do diabo ou da sensualidade (Pequena enciclopédia bíblica O. S. Boyer).

B. Tentação é impulso forte para agir mal (Bíblia de recursos para o ministério com crianças).

I – CARACTERÍSTICAS EXTRAÍDAS DA BÍBLIA ACERCA DA TENTAÇÃO:

a)  Toda humanidade é passível de tentações. Não há pessoa que não seja tentada. Jesus na sua oração modelo disse: “e não nos deixe cair em tentação”. Jesus já partiu da idéia de que todos são tentados. Ele orou para que não fossemos seduzidos pelas tentações. Tiago também em 1.13 disse: “ninguém ao ser tentado, diga…”. Ele não disse: se alguém for tentado… Ele disse “quando for tentado”. Charles Swindoll têm uma frase interessante: “o monge que vive enclausurado atrás de muros luta com tentações tão reais quanto o negociante em Nova York…” (IN: Perseverança p.109 – Editora Mundo Cristão, São Paulo, 2004).

b) A tentação não é pecado. Ser tentado não é a mesma coisa que pecar. Pecado é a tentação concebida, aceita. É o que aquela famosa frase de Lutero afirma que não somos culpados quando o passarinho sobrevoa a nossa cabeça. Mas seremos culpados se o passarinho pousar e fazer um ninho nela.

c) Deus não tenta ninguém. É o que afirma Tiago: “quando alguém for tentado, jamais poderá dizer: estou sendo tentado por Deus… Cada um, porém, é tentado pelo próprio mau desejo…” (Tiago 1.13 e 14). Ou seja, porque temos na nossa natureza uma predisposição para o pecado é que somos tentado. Por causa do nosso mau desejo ou cobiça. Portanto se pecarmos não podemos culpar a ninguém muito menos a Deus.

d) O cristão não é tentado acima do que possa suportar. A tentação é inevitável, porém o pecado é evitável. I Coríntios 10.13: “Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que possa suportar. Mas quando forem tentados ele mesmo lhes providenciará um escape, para que o possam suportar”.

e) A tentação que nos leva ao pecado segue geralmente o mesmo processo. Vou usar uma citação de Charles Swindoll no seu livro (IN: Perseverança p.112 – Editora Mundo Cristão, São Paulo, 2004). Swindoll chegou a esta conclusão em Tiago 1.14 e 15. Vejamos o processo segundo ele: Primeiro passo: a isca é atirada. Segundo passo: o desejo intimo é atraído pela isca. Terceiro passo: o pecado ocorre quando cedemos e mordemos a isca. Quarto passo: o pecado promove trágicas conseqüências: acabamos fisgados e fritos.

II – CONHECENDO AS FORMAS DE LIVRAMENTO.

a) A permanência em Cristo. Este é um ponto básico. O fato de estarmos em Cristo é que nos possibilita vencer as tentações. “Se alguém está em Cristo, nova criatura é…” (II Coríntios 5.17). Jesus como homem em tudo foi tentado e venceu. Ele pode socorrer os que são tentados. Hb 2.18 “Porque, tendo em vista o que ele mesmo sofreu quando tentado, ele é capaz de socorrer aqueles que também estão sendo tentados”.

b) A oração. A oração é falar com Deus. Significa estar em intimidade com Ele. “Deus ouve as orações (Sl 10.17). Deus responde as orações (Sl 3.4). Deus outorga poder através da oração (At 4.31). (…) Antes que venha a tentação, devemos vigiar e orar muito (Mt 26.41). Não é orar quando já estamos sendo tentados, é orar antes (Mt 6.13).” (IN: Pr. Joá Caitano da Silva; COMO ENFRENTAR AS BATALHAS ESPIRITUAIS – Revista do professor; Editora Central Gospel; p.14).

c) Controle seus pensamentos com a memorização da Palavra. “Quando o diabo lançou seu ataque total contra Jesus (Mt 4.1-11), O Senhor resistiu à tentação usando as Escrituras. Está escrito… está escrito… está escrito! O Salmista pergunta: de que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua Palavra(…) Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti (Salmos 119. 9 e 11).” (IN: Perseverança p.123 – Editora Mundo Cristão, São Paulo, 2004).

d) Quem não quer cair no pecado não fica perto da tentação. Muitas vezes o indivíduo diz que não quer pecar, porém fica sempre perto da tentação. Fica próximo sentindo o “fogo diabólico” do pecado. Quem não quer cair no pecado não fica perto da tentação. Na palavra temos o exemplo de José que fugiu para não cair no pecado com a esposa de Potifar (Gn 39). Paulo recomendou duas vezes a Timóteo fugir de algumas coisas (I Timóteo 6.11 e 2 Timóteo 2.22).

e) Autoridade para repreender o adversário. Nós temos o recurso do nome de Jesus para repreender os demônios com suas tentações e artimanhas. Numa certa ocasião Pedro deu a Jesus uma sugestão satânica e Jesus repreendeu satanás: “Para trás de mim, Satanás!” (Mt 16.22 e 23).

III – ATITUDES PREVENTIVAS.

Creio que existam certas atitudes que podem nos manter a uma maior distância das tentações. Infelizmente muitos vivem nas fronteiras do inimigo facilitando seus ataques.

a) Andar prudentemente. “Prudência significa sabedoria, cuidado, cautela e sensibilidade. Diante das tentações, que são muitas e buscam atingir todas as áreas da vida, é preciso andar prudentemente com muita habilidade, a fim de que não entre no processo, pois o pecado conduz a derrota (Efésios 5.15) (…) A Bíblia adverte a importância da prudência e da vigilância constante” (IN: Pr. Joá Caitano da Silva; COMO ENFRENTAR AS BATALHAS ESPIRITUAIS – Revista do professor; Editora Central Gospel; p.16). (Provérbios 9.10, Mt 10.16 e Romanos 16.19).

b) Andar na verdade. “Basicamente, toda tentação é constituída de mentiras, desordem, enganos e traição. É possível que ela mencione algo da verdade, ou seja parte da mesma, como ocorreu com o Senhor Jesus ao ser tentado pelo diabo no deserto. Ele usou certa verdade para ludibriar, como fez também com Eva lá no Éden (Gênesis 3). A pessoa que segue fielmente o Senhor Jesus crê na verdade, aplica a mesma em sua vida como regra fundamental de fé, pautando os passos e o estilo de vida nessa verdade (Efésios 4.25ª).” (IN: Pr. Joá Caitano da Silva; COMO ENFRENTAR AS BATALHAS ESPIRITUAIS – Revista do professor; Editora Central Gospel; p.17). “Satanás usa constantemente o uso de sofismas. Sofisma é um argumento falso intencionalmente feito para induzir outrem em erro” (IN: Pequena enciclopédia bíblica O. S. Boyer).

c) Estar sempre alerta. Jesus falou para seus discípulos: “vigiem e orem para que não caiam em tentação.” A Palavra nos diz que o nosso inimigo anda ao derredor procurando quem possa devorar. Portanto, a nossa atitude deve ser de vigilância constante. Foi numa atitude de descuido que Davi foi tentado. Ele passeava pelo terraço quando viu Bate-Seba tomando banho e seu coração foi cheio de lascívia (2 Sm 11). É necessário estarmos sempre alertas e não descuidar nos tempos “livres” e “ociosos”.

d) Viver como filhos da luz. Aquele que vive em Cristo vive na luz e não nas trevas. O cristão não pode ter uma vida cinza, nebulosa, numa mistura entre as trevas e luz. As nossas obras e atitudes precisam ser de alguém que vive na luz. “Porque outrora vocês eram trevas, mas agora são luz no Senhor. Vivam como filhos da luz, pois o fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e verdade; e aprendam a discernir o que é agradável ao Senhor. Não participem das obras infrutíferas das trevas; antes, exponham-nas á luz. Porque aquilo que eles fazem em oculto, até mencionar é vergonhoso” (Efésios 5.8-12 – NVI – O negrito é meu).

e) Praticar as boas obras. “Uma forma eficaz, altamente produtiva, para se obter vitória nas tentações, por piores que sejam, é andar constantemente praticando boas obras (…) O cristão pode e deve neutralizar as tentações envolvendo-se na prática das boas obras. Tiago observa que as boas obras não salvam. Ninguém entrará no céu pela prática de boas obras. No entanto, ele mesmo afirma que a fé sem obras de nada se aproveita (Tg 2.14-17) (IN: Pr. Joá Caitano da Silva; COMO ENFRENTAR AS BATALHAS ESPIRITUAIS – Revista do professor; Editora Central Gospel; p.17). A Palavra diz que os salvos praticam boas obras. “Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos” (Efésios 2.10).

f) Lembre-se de que o sofrimento final irá em breve apagar o prazer temporário. “Moisés fez exatamente isso quando decidiu andar com Deus em vez de deixar-se absorver pelo estilo de vida egípcio. Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado (Hb 11.24 e 25). Prazeres transitórios do pecado. O pecado dá prazer? Pode apostar! É tão agradável que as pessoas arriscam a reputação para provar o seu sabor. Quando agimos assim, todos os esforços da nossa mente para nos avisar dos perigos do pecado são neutralizados. Desligamos os alarmes internos ao ascendermos o desejo” (IN: Charles Swindoll, Perseverança p.121 – Editora Mundo Cristão, São Paulo, 2004).

CONCLUSÃO:

Todos nós somos tentados em algum momento. Porém Deus não permite que a tentação seja acima do que podemos suportar e providencia um escape. Devemos conhecer as formas de livramento e ter atitudes preventivas para que não caíamos nas tentações.

(O autor do texto é o Pr Eber Jamil, dono do blog. O texto tem muitas citações é praticamente uma compilação com importantes adendos meus).

A PROVIDÊNCIA DIVINA NO LIVRO DE GÊNESIS.

 

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Leia: Gn 44. 5 e 8; 50.20.

A providência divina é patente na história de José do Egito. Deus revelou os detalhes dessa história, assim enxergamos a providência com clareza. Entretanto, existem outras histórias, existem outras pessoas, existem as nossas histórias pessoais: será que a providência divina é aplicável? Quando lemos o livro de Gênesis percebemos que sim. Deus é o Deus Provedor, e não foi só com José, mas foi com Abraão, com Jacó, com Judá, com o Copeiro, com Faraó etc. Deus de fato mostra desde o início, que a história da humanidade não está entregue a si mesma, mas aos Seus cuidados.

José mostrou no final compreender o designer do tapeceiro divino, que costurou a história dele de forma magnânima, assim ele conseguiu perdoar os irmãos. Como nos livraremos da amargura, da frustração, se cremos na providência divina! A sensação que temos é que temos peças de um grande quebra-cabeça, as quais não nos são possíveis encaixar. Porém, Deus encaixa.

Estou lendo a Bíblia novamente e comecei por Gênesis. O aprendizado que tenho é que Deus tem propósitos, mesmo que para nós sejam desconhecidos. É melhor viver se sentindo guardado pela providência divina do que viver pensando que se estar entregue a própria sorte. Não estamos sós! Não fomos abandonados, como pensam os Deístas. Deus está no controle! Deus é Provedor! Olhamos para os dilúvios existências e pensamos que estes são catástrofes sem sentido, entretanto, vemos em Gênesis que Deus estava presidindo e assentado no dilúvio, como diz salmos 29. Confie no Senhor e na Sua providência!

(O autor deste artigo é o Pr. Eber Jamil, dono do blog)

RESULTADOS DA NOSSA UNIÃO COM CRISTO (4).

 

QUARTO RESULTADO:

RELAÇÕES CRISTÃS NO LAR E NO TRABALHO

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Colossenses 3.18-4.1.

18 Vós, mulheres, estai sujeitas a vossos próprios maridos, como convém no Senhor.

19 Vós, maridos, amai a vossas mulheres, e não vos irriteis contra elas.

20 Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor.

21 Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o ânimo.

22 Vós, servos, obedecei em tudo a vossos senhores segundo a carne, não servindo só na aparência, como para agradar aos homens, mas em simplicidade de coração, temendo a Deus.

23 E tudo quando fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens,

24 Sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis.

15 Mas quem fizer agravo receberá o agravo que fizer; pois não há acepção de pessoas.

4.1 Vós, senhores, fazei o que for de justiça e equidade a vossos servos, sabendo que também tendes um Senhor nos céus.

Introdução:

À primeira vista, pode parecer não haver uma conexão lógica entre este parágrafo e os três anteriores. Porém, ao lermos o último versículo de parágrafo anterior: “e, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei em tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (v.17). Assim vemos um elo deste parágrafo com os outros. Um dos resultados da nossa união com Cristo é que as nossas relações tornam-se cristianizadas. Eu passo a me relacionar com as pessoas baseado-me na vontade de Cristo.

A palavra chave neste parágrafo é a palavra Senhor, que na tradução revista e corrigida está presente seis vezes e na revista atualizada sete vezes. Mostrando assim que as nossas relações devem ser submissas ao Senhorio de Cristo. A nossa união com Cristo não é unilateral, uma vida de mão única. Não é um “venha o teu reino, mas ao teu reino não entrego nada”. Se estamos unidos com Cristo seremos também submissos a Ele. Sendo assim nossos relacionamentos serão sob o Senhorio de Cristo. Quando penso nisto, lembro-me do banquete na casa de Levi. Depois de tomar a atitude de seguir a Jesus, ele deu um banquete para Jesus convidando seus amigos publicanos. A partir do momento que ele decidiu seguir a Jesus, o mesmo Jesus estaria presente nos seus relacionamentos. Ele chamou os amigos, porém agora sob a influência preponderante de Cristo. Seja qual for o relacionamento: fraternal, conjugal, paternal, profissional, porque estamos unidos com Cristo teremos o Senhor Jesus presente e governando nossos relacionamentos. Qualquer relacionamento precisa ser “como convém no Senhor”.

I – Relações cristãs ente o esposo e a esposa (v.18 e 19).

 

  • Esposa (v.18) – Esta pequena parte da frase: como convém no Senhor. É tremendamente significativa, mostra que a submissão é a maneira cristã da esposa ser. Paulo evoca um princípio já revelado em Gênesis. A mulher deve ser submissa a autoridade do marido, não porque são inferiores, mas porque é essa a vontade de Deus para a esposa. Veja Ef 5.23 e 24. Trata-se de uma atitude de respeito, valorização e apoio ao marido. Deus em sua infinita sabedoria estabeleceu para a família um princípio de autoridade, que quando não é seguido traz confusão e um referencial distorcido para os filhos.
  • Esposo (v.19) – Os maridos são lembrados da sua responsabilidade de amar as esposas. Veja Ef 5.25 e 28. A advertência não as trateis com amargura é uma lembrança salutar de como o amor cristão deve ser exercido, sem impaciência e resmungos. Os esposos não devem tratar as esposas com brutalidade. As palavras básicas como “obrigado”, “por favor”, bom dia, palavras que expressam admiração e afeto devem ser ditas pelo esposo no dia-a-dia. Para a sobrevivência do amor e do respeito mútuo, são necessárias as palavras de afeto e admiração. Como a planta precisa de água, o casamento precisa de afeto e da admiração. Observe algumas recomendações bíblicas: Ef 4.29, 31 e 32; Ef 5.2 e 3.

 

II – Relações cristãs entre pais e filhos (vs 20 e 21).

 

  • Filhos (v.20) – Os filhos no lar cristão são chamados para agirem de uma maneira que, acima de tudo, é aceitável e agradável ao Senhor. Em tudo – embora em caso extremos, um jovem possa precisar escolher entre a vontade de Cristo em oposição à dos pais que não são cristãos, essa atitude só deveria ser tomada depois de sóbria reflexão e aconselhamento cristão.
  • Pai (v.21) – A palavra irritar no grego sugere um desejo de irritar o filho provocando no mesmo um desânimo, uma desmotivação. A disciplina em excesso pode gerar desânimo.

III – Relações cristãs entre empregados e patrões (vs 22-4.1).

 

A Igreja nasceu numa sociedade em que a escravidão humana era uma instituição aceita, sancionada pela lei. Paulo, portanto, sem apoiar ou criticar, define com os escravos e senhores devem agir.

  • Servos (vs 22-25). Não servindo só na aparência ou sob vigilância. O que Paulo fala é da verdadeira motivação no trabalho. O empregado deve ser diligente em suas tarefas, ainda que ninguém esteja ali para observá-lo e depois recompensá-lo por seu serviço esforçado. A palavra grega traz a idéia de não prestar um serviço de olhos só para ser visto.

O nosso trabalho será recompensado porque Deus é fiel. Ele nos dará recompensa. Segundo a lei romana, e escravo nunca poderia herdar coisa alguma. Mas fiel é Deus que te dará o galardão da herança porque no senhor servis. Como também dará o agravo a quem fizer agravo.

  • Patrões (v.4.1) – A palavra “senhores“ aqui se refere aos donos de escravos que podem ser referência para os “chefes” e patrões de hoje em dia. O patrão deve agir com justiça, como, por exemplo, pagar ao trabalhador o que ele merece. Lembrando que os patrões (senhores) têm um Senhor no céu. Portanto os patrões terão que prestar contas a Deus de como trataram seus empregados. Muitos possuem uma relativização ética quando o assunto envolve dinheiro, porém a Palavra de Deus mostra neste versículo que a justiça e a equidade não podem ser jamais relativizadas.

Conclusão:

Se em todas as relações, reconhecermos que devemos nos submeter ao Senhorio de Cristo, teremos o padrão verdadeiro para todas relações. A nossa união com Cristo implica em abandono de velhos hábitos, assimilação da conduta cristã e relacionamentos que tenham como referência o senhorio de Cristo em nós.

(O texto é de autoria do Pr Eber Jamil, dono do blog).

RESULTADOS DA NOSSA UNIÃO COM CRISTO (3).

 

TERCEIRO RESULTADO:

CULTIVO DAS VIRTUDES CRISTÃS.

cristianismo

Colossenses 3.12-17.

12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade;

13 Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.

14 E, sobretudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição.

15 E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos.

16 A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.

17 E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.

Introdução:

A Igreja de colossos estava recebendo um ataque satânico através de falsos mestres que misturavam elementos do cristianismo, judaísmo e do paganismo. A ameaça não era só teológica, mas também prática. Por isto vemos Paulo usar dois argumentos básicos nesta epístola: o teológico e o prático. Neste capítulo estudado vemos o argumento prático.

No parágrafo anterior, Paulo acentuou as exigências negativas: fazei morrer, despojai-vos e despi-vos. Neste parágrafo, Paulo fala do modo de vida que pertence aos eleitos, santos e amados de Deus. A transição é feita com o uso da palavra: pois, que mostra a ligação com o parágrafo anterior.

I – A motivação para o cultivo (v.12):

O cultivo é ação ou efeito de cultivo. É adquirir uma nova cultura. Veja as razões dadas por Paulo para a absorção desta nova cultura.

  • Eleitos (gr. Ekletoi) – esta palavra nos mostra que foi Deus que tomou a iniciativa quanto a nossa salvação e nós só respondemos a iniciativa Dele.
  • Santos – indica o estado de separação para uma vida com Deus e o afastamento dos padrões mundanos deste mundo.
  • Amados – Tantas passagens bíblicas fazem afirmação de que Deus ama o seu povo como filhos amados. A consciência de ser amado por Deus deve nos levar a uma vida de santificação. O cultivo de novos hábitos deve ser uma das nossas respostas ao amor divino.

Estes títulos foram transferidos da antiga aliança para a nova aliança. O propósito de Paulo é lembrar que a vida do crente deve estar à altura de sua posição.

Revesti-vos pois, como eleitos, santos e amados.

II – O cultivo de excelentes qualidades (v.12)

  • De entranhas de misericórdia ou ternos afetos de misericórdia.

“Um coração de compaixão” expressão que é formada por duas palavras separadas “afeição e simpatia”. A palavra grega é traduzida por coração ou ternos afetos é literalmente “órgão interno”. No pensamento grego antigo às vísceras eram consideradas as sedes da vida emocional.

  • Bondade (Benignidade e humildade) – Formam um par que acompanham o relacionamento do cristão com o próximo e consigo mesmo. É uma disposição bondosa com o próximo ajudando-o em suas necessidades.
  • Humildade – Masson diz: o antídoto soberano ao amor-próprio que envenena os relacionamentos entre irmãos.
  • Mansidão – Mansidão do gr. Praútes possui dois elementos: 1. uma consideração pelos outros e 2. Uma disposição para abrir mão de um direito. Seria o antônimo de rudeza e aspereza.
  • Longanimidade. Seria conservar o bom ânimo por muito tempo ao invés de ressentimento ou vingança. Com o cultivo desta última disposição tornará o possível o espírito perdoador.

III – O cultivo de espírito perdoador (v.13).

Tolerância e perdão são disposições gêmeas. Paulo quando falou que “se alguém tiver queixa com outrem”.. Admite a possibilidade de haver situações conflitantes entre os cristãos, mas quando devemos exercitar o perdão e a tolerância. Devemos conter a nossa impaciência e falta de perdão porque temos uma sublime razão: assim como o Senhor vos perdoou.

IV – O cultivo do amor (v.14).

Acima de tudo isto – a idéia é, por cima de todas as roupas a serem vestidas – o amor é a principal. O amor é a força unificadora, o vínculo, o elo, o que une, a cola que une a perfeição. O amor dá coesão às qualidades cristãs da vida e as unifica.

V – O cultivo do domínio da paz e da gratidão (v.15).

A harmonia da igreja é a vontade de Deus para o seu rebanho. Fomos chamados para viver em um corpo. Há decisões que criam conflitos, porque desprezam o árbitro (a paz). Eis, pois, uma excelente regra a seguir na busca da vontade de Deus: sinto no coração a paz que Cristo dá? Existe um convite ao povo para ser um povo agradecido que sabe o que é ser chamado das trevas para a luz.

VI – O cultivo da adoração genuína (v.16).

Paulo começa dizendo que “a Palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinado-vos e admoestando-vos com salmos”. Paulo liga assim a genuína adoração com o domínio da palavra na Igreja. Os cânticos ensinam teologia.

Com salmos – provavelmente os mesmos que encontramos em nossa Bíblia.

Hinos – peças compostas que exaltam a Cristo.

Cânticos espirituais – cantos compostos nas reuniões sobre a inspiração do Espírito à semelhança do falar em línguas e profecias.

…cantando ao Senhor com gratidão em vossos corações.

VII – O cultivo da meta de glorificar a Cristo (v.17).

A frase significa falar e agir dignamente o nome de Cristo. Somos chamados de cristãos. Assim como o filho é reconhecido pelo nome do Pai, Cristo deve ser conhecido pelos seus seguidores.

Conclusão:

A vida de Cristo não se restringe ao abandono do velho modo de viver, mas a assimilação do caráter de Cristo em nosso caráter. O cristianismo envolve renúncia, mas também envolve o florescer do fruto do Espírito em nós.

(O texto é de autoria do Pr Eber Jamil, dono do blog).